Na inauguração houve grande festa a 14 de julho, atraindo enorme multidão e é claro, os políticos influentes na época [3]:
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Pavilhão de Matosinhos. Foto: autor e data não identificados. |
"correram animadissimas as festas de Mattosinhos, este anno. A concorrencia foi enorme e grande o numero de barracas, tendo sido tambem aproveitado o pavilhão do bicentenario, onde funcionaram a Confeitaria Faleiro e os Fantoches do mestre Isaias. (...) No ultimo dia houve no Pavilhão, promovido pelo sr. Durval Lacerda, um baile, que, infelizmente, não sabemos porque, correu desanimado, com pouca concorrencia, devido, talvez, ao cansaço das moças com as festas." [4]
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Recorte de matéria jornalística, parcialmente transcrita acima. A Tribuna, n.46, 30/05/1915, São João del-Rei. |
"A nossa municipalidade levou a effeito os concertos necessarios no Pavilhão de Chagas Doria, onde foram fechadas todas as portas e limpas todas as suas dependencias. O grande predio apresenta agora garboso aspecto. Conforme já noticiamos, nele, dentre em breve, funccionarão, no pavimento superior, um laboratorio de analyses de terras e um mostruario de productos agricolas, servindo o rés do chão para deposito de machinas destinadas á lavoura, dependencias essas do Ministerio da Agricultura, ao qual será entregue, dentro em breve, aquelle palacio, que nos custou cento e vinte contos de réis, outróra abandonado e prestes a entrar em ruinas." [5]
Ainda que em 1929 tenha sediado a Escola Padre Sacramento, logo esta foi transferida para o Patronato. Assim, o prédio caiu novamente em abandono e incomodou a sociedade da época por ser frequentado por mendigos, prostitutas, malandros, banqueiros de jogos. De acordo com informações bibliográficas era taxado de lugar propício à imoralidade e foi demolido, ato à época tido por alívio, mas hoje, representa um sinal de ignorância e ingerência. Na presente pesquisa não se descobriu a data exata da demolição, nem pelas manchetes dos hebdomadários nem por documentos. Sua estrutura era muito sólida, fundada sobre aproveitamento de trilhos ferroviários. Teria sido demolido em 1938, a dinamite (IHG, 1971), durante a administração do Prefeito Antônio Viegas (SOBRINHO, 1996).
Imoral não era o lugar, mas sim o seu mal emprego e falta de uso, culminando com o ato destrutivo. Houvera ter-se corrigido as mazelas, frutos do descaso do poder administrativo para com um bem público, que propiciou o seu abandono e teríamos ainda hoje o valioso monumento. Não é pois correto afirmar que o pavilhão foi demolido para ali se construir o SENAI, pois este só foi inaugurado bem mais tarde, em 13/10/1952. Se fossem coetâneos, esta conceituada escola técnica que se vê na foto abaixo poderia ter ocupado o vasto e sólido prédio do pavilhão, se ele então ainda existisse...
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Vista da edificação situada onde no passado foi o Pavilhão. Foto: Ulisses Passarelli, 12/01/2014. |
- Revisão: 09/07/2025.
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