O Divino Espírito Santo é a terceira pessoa da Santíssima Trindade, representando a luz do mundo, o consolo da humanidade após a crucificação de Jesus, daí o título grego Parákletos, traduzido como consolador ou advogado. Esta consolação fora anunciada previamente pelo profeta Ageu (2,5): “O meu Espírito permanece no meio de vós...” É o advogado que defende contra influências malignas. É o amor que une o Pai ao Filho, perfazendo o Deus Uno e Trino, ensina o catecismo.
Não se pode limitá-lo a uma religião definida. Ele é maior que todos, é superior a qualquer religião. Ensina a Bíblia que Ele é o sopro de vida, com que o Criador animou as criaturas. Com efeito, cada homem é morada e templo do Espírito de Deus, pois diz-se que o ser humano foi feito à sua imagem e semelhança.
Maria, Mãe de Jesus, concebeu de Deus, por obra e graça do Divino Espírito, como diz o texto evangélico; sua luz inspirou aos profetas, a Santa Isabel com o precursor São João Batista no ventre, ao velho Simeão. O Espírito Santo conduziu Jesus ao deserto, onde Satanás o tentou.
Com a condenação de Cristo, os discípulos estavam temerosos. Agiam na fé, mas estavam escondidos dos perseguidores. Quando o Divino lhes veio em Pentecostes, como línguas de fogo, passaram a pregar o Evangelho com total desassombro. Ganharam os carismas e o medo da morte sumiu. Desceu como uma pomba alvíssima sobre o Salvador nas águas do Rio Jordão, e assim mostrou toda a força e valor do batismo, como São João previra. Os grandes e exemplares feitos dos santos tiveram a companhia inspiradora do Paráclito.
Alday (1992) ensinou que santificar é obra específica do Espírito Santo, a quem os devotos pertencem de corpo e alma, já que na cruz Cristo comprou os homens a preço de sangue. Assim os homens são ao mesmo tempo criaturas e filhos de Deus, santuário do Paráclito, e, como templo, deve-se buscar a santidade [1].
Santos (1998) afirmou [2]:
“sem o Espírito Santo, Deus fica longe, Cristo se situa no passado, o Evangelho é letra morta, a Igreja apenas uma organização, a autoridade somente domínio, a missão só propaganda, o culto, um exorcismo, e o comportamento cristão uma moral de escravos.”
A fé carismática no Espírito Santo, em certas ocasiões foi a raiz de movimentos religiosos muito intensos, que a Igreja encarou como heréticos, tais como os libertinos da Igreja de Corinto (séc. I), os montanistas (séc. II) e os donatistas (séc. IV).
O Divino é a manifestação alegre de Deus, que age no silêncio dos corações, dando-lhes força e coragem para enfrentar as agruras da vida, elevando a fé ao auge, ao promover a emoção; aquele choro de felicidade, que a sensibilidade produz ao ver sua festa. E se ela é pomposa, é porque o Divino merece; mas, pela humildade pregada, o Espírito Santo também se manifesta, seja na simplicidade dos corações seja nas ações singelas. E nisto reside a grandiosidade de Deus.
Bandeira de Folia do Divino, Elvas (Tiradentes/MG).
Créditos
- Texto: Ulisses Passarelli.
- Fotografia: Iago C.S.Passarelli, 2012.
Notas
- Revisão: 13/08/2025.
- ALDAY, Salvador Carrillo.
O Espírito Santo em nossa vida. 3.ed. São Paulo: Paulus, 1992.
- SANTOS, Benedito Beni dos, Padre.
O Espírito Santo, nossa força. São Paulo: Paulus, 1998.
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