Estudiosos apontam a existência de confrarias do Espírito Santo na Alemanha no século XII (bem como na França...).
Transcreve-se a seguir a plausível versão alusiva a essas festas, apresentada por ocasião do lançamento de um selo brasileiro, do Correio em 1999:
Leal (1994) [3], sem excluir a importância da Rainha Santa Isabel, também se refere a uma ligação da festa “à acção dos franciscanos espirituais e a ideologia milenarista do abade calabrês Joaquim de Fiore, construída em torno da próxima chegada de uma Idade do Espírito Santo” (p.15).
Teixeira (2007), dissertando sobre as origens dessas comemorações, ao lado de elementos étnicos, também atribuiu aos franciscanos um papel de grande importância no seu surgimento, através formação espiritual da alma portuguesa. Além da influência de Fiori e da ação franciscana, Portugal conheceu também a força dos versos proféticos muito populares de Gonçalo Anes Bandarra, natural de Trancoso, na Beira Alta (séc.XVI – depois de 1541). Sua obra poética serviu de base para o movimento messiânico que atribuía ao Rei Dom Sebastião, morto em 1578 na Batalha de Alcácer-quibir, contra os mouros, a esperança intensa da ressurreição de sua figura majestática. Surgiu assim o “sebastianismo”, um movimento religioso baseado na crença da ressurreição desse rei como um herói, para conduzir os fiéis a uma vida cheia de graça. Há de se destacar também outra figura humana, a do português de ascendência holandesa Pedro de Rates Hennequim, que creditava ao Brasil ares paradisíacos, com possibilidade de sediar o império cristão a ser estabelecido pelo rei encantado Dom Sebastião. Hennequim, por vezes grafado Hanequin, sofreu as punições da Igreja [4].
ABREU, Martha. O Império do Divino: festas religiosas e culturas popular no Rio de Janeiro, 1830-1900. Rio de Janeiro: Nova Fronteira; São Paulo: FAPESP, 1999. Col. Histórias do Brasil.
TEIXEIRA, José do Nascimento. Festa do Divino Espirito Santo em São João del-Rei. Revista do Instituto Histórico e Geográfico de São João del-Rei, n. 12, 2007. p.217-234.
Créditos
- Texto: Ulisses Passarelli.
Notas
- Revisão: 04/09/2025.
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