Bem vindo!

Bem vindo!Esta página está sendo criada para retransmitir as muitas informações que ao longo de anos de pesquisas coletei nesta Mesorregião Campo da Vertentes, do centro-sul mineiro, sobretudo na Microrregião de São João del-Rei, minha terra natal, um polo cultural. A cultura popular será o guia deste blog, que não tem finalidades político-partidárias nem lucrativas. Eventualmente temas da história, ecologia e ferrovias serão abordados. Espero que seu conteúdo possa ser útil como documentário das tradições a quantos queiram beber desta fonte e sirva de homenagem e reconhecimento aos nossos mestres do saber, que com grande esforço conservam seus grupos folclóricos, parte significativa de nosso patrimônio imaterial. No rodapé da página inseri link's muito importantes cuja leitura recomendo como essencial: a SALVAGUARDA DO FOLCLORE (da Unesco) e a CARTA DO FOLCLORE BRASILEIRO (da Comissão Nacional de Folclore). Este dois documentos são relevantes orientadores da folclorística. O material de textos, fotos e áudio-visuais que compõe este blog pertencem ao meu acervo, salvo indicação contrária. Ao utilizá-lo para pesquisas, favor respeitar as fontes autorais.


ULISSES PASSARELLI




quarta-feira, 24 de maio de 2017

Festa do Divino: 20 anos de resgate!

Duas décadas atrás reunia-se numa sala das dependências da Igreja de Matosinhos (não era ainda santuário) uma pequena comissão de abnegados festeiros sob a inolvidável liderança do artista sacro Osni Paiva e atenciosa direção do pároco, Padre José Raimundo da Costa para resgatar a Festa do Divino, um grande jubileu em honra ao Espírito Santo, que a 74 anos estava a bem da verdade paralisado. 

Entenda-se paralisado como um modo de dizer frente ao que fora até 1924, ano que sofreu uma supressão. Tornara-se um evento pequeno, desprovido de brilhantismo e dimensão, em ocaso. Ocorre, que em 1997, o referido sacerdote convidara para acompanhar a procissão de Pentecostes o grupo de congadeiros da vizinha cidade de Coronel Xavier Chaves, sob o comando do célebre Capitão Zé Carreiro. A iniciativa foi muito exitosa e bem acolhida e serviu de embrião para o resgate. 

Paralelamente, Osni Paiva, munido de intensa pesquisa sobre a história do bairro, uma fé muito firme e boa disposição, trouxe à tona sua sabedoria e liderou o grupo que trouxe de volta a grandeza da festividade pentecostal e o Paráclito foi novamente honrado com cantos, danças, toques instrumentais, muita tradição e história. Grupos culturais diversos vieram ao adro de Matosinhos naquele maio, de 1998, e trouxeram no seu rastro uma multidão de devotos visitantes. A evangelização e todo o cerimonial da Igreja pautou todas as atividades e o que parecia impossível deu certo. A Festa do Divino estava de volta, como sempre deveria ter estado. 

A proposta foi ousada. Acolher tantos congados e folias, alimentá-los... banda, orquestra, pastorinhas, dança das fitas! Tudo isto se integrou e a cada ano se coroou um imperador, como festeiro maior, festeiro de honra, simbolizando toda a comissão de festejos. Em maio de 2017, passados vinte anos, temos ainda, a honra e a grata satisfação de ter conosco no plano terrestre os vinte imperadores vivos: 

1998 - Ulisses Passarelli
1999 - Luthero Castorino da Silva
2000 - José Gonçalves de Sousa
2001 - Paulo Zini
2002 - Geraldo Elói de Lacerda
2003 - Antônio Carlos Garcia
2004 - José Tadeu do Nascimento
2005 - Nivaldo Neves
2006 - José Cláudio Henriques
2007 - Antônio da Silva Serpa
2008 - José Clever de Oliveira
2009 Jânio Fernando Salomão
2010 - José Francelino dos Santos
2011 - Antônio Cipriani Carvalho
2012 - Ivan Campos Nascimento
2013 - Edmilson Washington da Silva
2014 Dácio Sebastião de Carvalho
2015 - Francisco José do Nascimento
2016 - Nelson Domingos de Abreu
2017 - Adilson Rodrigues Júnior

Chegada do Cortejo Imperial no Santuário em 2016. 

Este último será coroado na missa solene de Pentecostes deste ano como o mais jovem dos vinte, e assim, como sinal de esperança de continuidade, segue esta irmandade, qual fosse um conselho permanente, ajudando com sua experiência a orientar os rumos deste festejo jubilar. 

Os rituais festivos começam nesta quinta-feira (dia 25 de maio) e seguem com missa e novena a partir do dia seguinte, sempre às 19 horas no santuário. A festa culmina do dia 03 de junho, sábado, com a Procissão do Imperador Perpétuo e encontro de folias do Divino, e no domingo, 04 de junho, dia maior, com participação de congados o dia todo e várias celebrações, destacando-se a missa solene às 16 horas e a procissão logo depois, que reúne considerável multidão na principal via do bairro. 

A festa merece ser prestigiada e preservada por todos os meios. Cada membro da Comissão do Divino deve carregar esta lei no peito. A mesa diretora e os imperadores tem ainda mais responsabilidade na salvaguarda da festa e espera-se da Igreja todo apoio e fomento ao jubileu, e todos juntos na busca de parcerias e apoiadores para que seja cada dia mais consolidada esta grande festa.

Para concluir resgatamos do arquivo os cartazes referentes às vinte festividades. São elementos de elevado valor no processo de folk-comunicação e geram a difusão do conteúdo programático, a valorização dos atrativos culturais e a importância do cerimonial religioso. É possível estudar a caminhada do evento por meio de seus cartazes. Paralelamente guardam em si mesmos um conceito estético, que valoriza a cor vermelha (cor votiva do Espírito Santo) e a imagem do Paráclito do Santuário de Matosinhos. Há uma constante também na exposição das datas limites, sendo que até o ano de 2003 a data mais recuada nos cartazes era 1783, ano que a festa pentecostal de Matosinhos recebeu o título de jubileu perpétuo, através de um breve pontifício do Papa Pio VI, de 07 de abril. A partir do cartaz de 2004, os festeiros optaram por colocar a data da primeira festa de Pentecostes em Matosinhos, 1774, com a primitiva igreja novíssima ainda, pois suas obras de construção haviam iniciado só quatro anos antes... 

Cartaz: Jubileu do Divino Espírito Santo.
Ano:1998 -  Medida: 46 x 31 cm, papel off-set.
Paróquia de Matosinhos - São João del-Rei.

Cartaz: Jubileu do Divino Espírito Santo.
Ano: 1999 - Medida: 63 x 44 cm, papel couché.
Paróquia de Matosinhos - São João del-Rei.

Cartaz: Jubileu do Divino Espírito Santo.
Ano: 2000 - Medida: 60 x 42 cm, papel couché.
Paróquia de Matosinhos - São João del-Rei.

Cartaz: Jubileu do Divino Espírito Santo.
Ano: 2001 - Medida: 
63 x 45 cm, papel couché.
Paróquia de Matosinhos - São João del-Rei. 

Cartaz: Jubileu do Divino Espírito Santo.
Ano: 2002 - Medida: 
57 x 40 cm, papel couché.
Paróquia de Matosinhos - São João del-Rei. 

Cartaz: Jubileu do Divino Espírito Santo.
Ano: 2003 - Medida: 
60 x 42 cm, papel couché.
Paróquia de Matosinhos - São João del-Rei.  

Cartaz: Jubileu do Divino Espírito Santo.
Ano: 2004 - Medida: 
60 x 40 cm, papel couché.
Paróquia de Matosinhos - São João del-Rei. 

Cartaz: Jubileu do Divino Espírito Santo.
Ano: 2005 - Medida: 
60 x 42 cm, papel couché.
Paróquia de Matosinhos - São João del-Rei. 

Cartaz: Jubileu do Divino Espírito Santo.
Ano: 2006 - Medida: 
60 x 42 cm, papel couché.
Paróquia de Matosinhos - São João del-Rei.  

Cartaz: Jubileu do Divino Espírito Santo.
Ano: 2007 - Medida: 
60 x 42 cm, papel couché.
Paróquia de Matosinhos - São João del-Rei. 

Cartaz: Jubileu do Divino Espírito Santo.
Ano: 2008 - Medida: 
60 x 42 cm, papel couché.
Paróquia de Matosinhos - São João del-Rei.

Cartaz: Jubileu do Divino Espírito Santo.
Ano: 2009 - Medida: 
60 x 42 cm, papel couché.
Paróquia de Matosinhos - São João del-Rei.

Cartaz: Jubileu do Divino Espírito Santo.
Ano: 2010 - Medida: 
60 x 42 cm, papel couché.
Paróquia de Matosinhos - São João del-Rei.

Cartaz: Jubileu do Divino Espírito Santo.
Ano: 2011 - Medida: 
60 x 42 cm, papel couché.
Paróquia de Matosinhos - São João del-Rei.

Cartaz: Jubileu do Divino Espírito Santo.
Ano: 2012 - Medida: 
60 x 42 cm, papel couché.
Paróquia de Matosinhos - São João del-Rei.

Cartaz: Jubileu do Divino Espírito Santo.
Ano: 2013 - Medida: 
60 x 42 cm, papel couché.
Paróquia de Matosinhos - São João del-Rei.

Cartaz: Jubileu do Divino Espírito Santo.
Ano: 2014 - Medida: 
60 x 42 cm, papel couché.
Paróquia de Matosinhos - São João del-Rei.

Cartaz: Jubileu do Divino Espírito Santo.
Ano: 2015 - Medida: 
62 x 42 cm, papel couché.
Paróquia de Matosinhos - São João del-Rei.


Cartaz: Jubileu do Divino Espírito Santo.
Ano: 2016 - Medida: 
62 x 41,5 cm, papel couché.
Paróquia de Matosinhos - São João del-Rei. 

Cartaz: Jubileu do Divino Espírito Santo.
Ano: 2017 - Medida: 
59,5 x 40 cm, papel couché.
Paróquia de Matosinhos - São João del-Rei.


Notas e Créditos

* Texto: Ulisses Passarelli
** Fotografias: Iago C.S. Passarelli  

segunda-feira, 22 de maio de 2017

Dez imagens da folk-comunicação - parte 2

Dando prosseguimento à divulgação de imagens relacionadas a elementos de folk-comunicação flagrados na região, seguem mais dez fotografias, todas captadas em São João del-Rei, que revelam uma variedade de transcrições e mensagens, algumas bastantes explícitas, outras mais veladas.

Por vezes não necessitam palavras como as caras pintadas de bonecos expressando alegria (fotografias 8 e 1), rompendo a rigidez inerte e fria da parede e do hidrante; mas a mulher negra da fotografia sete, traz a boca aberta como se espantada, e seu olhos derramam lágrimas vermelhas de sangue. Sem dúvidas uma dolorosa mensagem que traz à tona um clamor. Uma crítica pesada recai sobre a mídia institucionalizada: o boneco traz uma televisão no lugar da cabeça e uma arma apontada para ela em atitude de suicídio... (fotografia 9)

Desta feita aparecem  três elementos de farmácias: nos anos setenta e oitenta elas faziam plantões a horas impróprias e fins de semana, alternando-se os estabelecimentos (fotografia 4). Era então costume se ter afixada à fachada uma tabuleta com o nome da farmácia disponível. Esse costume desapareceu  a uns trinta anos, mas por sorte ainda flagramos esta placa remanescente, já fora de uso a tempos, mas ainda na ocasião da fotografia no lugar original, onde já não mais se encontra. O curioso impresso de 1934 (fotografia 5) é uma cobrança de fim de ano de uma farmácia a seus clientes. O texto, assaz curioso com sua rebuscada linguagem de época, revela delicadeza e lisura no trato com o cliente, ofertando bonificação e favorecendo desconto. A charge estampada na fotografia 6, usa da criatividade para transmitir a mensagem dos bons preços oferecidos, ao mostrar o cidadão entrando numa farmácia qualquer, vestido e com receita à mão e saindo dela desnudo segurando um pequeno embrulho adquirido e ao contrário, no estabelecimento em foco, entrando descamisado com a receita e saindo bem vestido e com um grande embrulho na mão. Essa charge a muitos anos chama a atenção dos são-joanenses.  

A tradicional corrente revela a grande devoção regional a Santa Rita de Cássia (fotografia 3), festejada a 22 de maio, a quem se atribui o poder de conceder graças impossíveis a outros santos. O exemplar manuscrito se reveste de características típicas desse modelo de oração e estimula o repasse junto com uma vela de sete dias ao seguidor da novena. 

Finalmente a imagem 10 reproduz um programa da Festa do Divino, edição de 1999, segundo ano após o "resgate" do grande jubileu. Naquele ano também foi feito um cartaz grande, em número mais limitado e esses programas aos milhares, nas cores azul, verde, amarelo e rosa, para afixação em estabelecimentos comerciais para divulgação do evento. Na programação constam atrações culturais como congadas, folias do Divino, dança das fitas, pastorinhas, calango, banda de música, e atividades religiosas diversas, como missas, novena e procissões. 

São formas populares de comunicação que extrapolam a mídia tradicional e buscam meios alternativos de transmitir a mensagem. No caso das pichações sempre na surdina do ato ilícito, que obviamente deve ser combatido; daí se esclarece, que seu registro nesta página não se configura como incentivo à prática tão pouco enaltecimento, mas apenas de evidenciação dos caminhos populares tomados quando outras possibilidades estão vedadas, inacessíveis ou na prática que não alcançam o público-alvo pretendido. 

A folk-comunicação tem múltiplas facetas e se adequa às possibilidades do mundo urbano na difusão de sua filosofia e ideal. 

1- Cara pichada numa parede, aproveitando-se dos vitrôs circulares
para composição dos olhos. Rua Antônio Josino Andrade Reis,
Centro, São João del-Rei. 17/04/2014. 

2- Grafismo em uma parede, "Morra, mas deixe sua marca".
Rua Santo Antônio, São João del-Rei. 04/03/2017. 

3- Manuscrito a caneta esferográfica sobre folha pautada de caderno,
no sistema de corrente, propagando uma novena em honra
a Santa Rita de Cássia. Coletada na Gruta do Divino, Centro,
São João del-Rei. 02/01/2011. 

4- Tabuleta de madeira afixada na fachada de uma farmácia, na qual se
especificava o rodízio de plantões dos diferentes estabelecimentos.
São João del-Rei. 10/12/2011. 

5- Antigo impresso de cobrança de clientes de uma farmácia de São João del-Rei,
datado de 31/10/1934. Papel-jornal, 20 x 26,5 cm.

6- Tradicional charge publicitária de uma farmácia, pintada em um muro.
Rua Coronel Tamarindo, Centro, São João del-Rei. 18/12/2011.

7- Grafite num canto de muro, se aproveitando de uma grade de saída
de águas pluviais. Rua Quintino Bocaiúva, Centro, São João del-Rei. 29/11/2014. 

8- Cara pintada num hidrante na lateral da
Catedral do Pilar, São João del-Rei. 03/03/2017.

 9- Mensagem grafitada num muro na Rua Santo Antônio, Bairro Tijuco. Inscrição: "A Mídia te Mata".
São João del-Rei. A direita, detalhe da figura humana com uma televisão no lugar da cabeça. 04/03/2017.

10- Programa da Festa do Divino de 1999, Paróquia de Matosinhos,
São João del-Rei. Impresso em papel-jornal, 33 x 24cm. 

Notas e Créditos

* Texto e fotografias: Ulisses Passarelli
** Para saber mais leia também neste blog: DEZ IMAGENS DA FOLK-COMUNICAÇÃO - parte 1


quinta-feira, 11 de maio de 2017

Festa do Divino 2017: programação básica

A vinte anos atrás iniciava em maio a Festa do Divino em formatação que privilegiava os elementos litúrgicos, históricos e culturais, primando pela harmonia entre a fé e a tradição. Aquela festa de 1998 entrou para a história como um resgate religioso-cultural devido ao árduo esforço de uma pequena comissão de festeiros sob a organização do artista sacro Osni Paiva e direção do Padre José Raimundo da Costa, que não mediram esforços para dar nova vida e impulso a uma festividade setecentista praticamente em ocaso a 74 anos! A ação ousada mas bem planejada surtiu efeito. A festa fixou-se, passou por algumas reconfigurações, mudanças da equipe, mas prossegue como a maior festa religiosa envolvendo a cultura popular da região. 

Com o tema "Maria, Templo do Espírito Santo" inicia-se com uma vigília no próximo dia 23 de maio a tradicional festa jubilar em honra ao Divino Espírito Santo na paróquia do Santuário do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, em São João del-Rei/MG. Finda a Santa Missa, sob o toque de caixas, haverá a tradicional entronização da imagem do Divino junto ao trono do padroeiro. 

No dia seguinte inicia-se a novena, sempre após a missa das 19 horas. Destaca-se que antes da celebração do primeiro dia da novena, 26 de maio, acontecem os levantamentos de mastros: na Gruta do Divino, no Salão de Santa Clara, na Igreja de Santa Teresinha e no próprio santuário, sequencialmente, a partir de 18 horas. Os eventos religiosos desse dia incluem também adoração e bênção do Santíssimo Sacramento, além de confissões. Durante os dias da novena haverá participação das comunidades e movimentos paroquiais. Após cada dia da novena acontece um show no coreto da festa. 

No dia 28, consagrado a Nossa Senhora da Lapa, a Cavalgada do Divino parte as 9 horas da manhã, da Vila Santo Antônio. Na missa noturna, acontecerá a tradicional coroação da imagem da Virgem da Lapa, sob a voz do Coral Coroinhas de Dom Bosco. 

O sábado, véspera de Pentecostes, 3 de junho, a partir das 16:30 horas, principia movimentação na Igreja de São Francisco de Assis para início da Procissão do Imperador Perpétuo (Santo Antônio), com saída às 17 horas. A procissão tem grande relevância e atravessa o Centro Histórico, com a participação de vários grupos de folias do Divino, que fazem alternadamente toda a parte musical da procissão. A chegada ao santuário é sempre empolgante e festiva e as folias entoam também os cantos da missa, cada qual em seu próprio ritmo. Por fim, as folias fazem apresentações individuais no coreto da festa. 

Domingo de Pentecostes, dia 04 de junho, a alvorada típica acorda a população para o festejo e 8 horas acontece a missa festiva. Os congados chegam aos poucos, do município e de outras cidades, próximas e distantes, conduzidos ao café da manhã. Logo depois se apresentam no adro e no largo, até se deslocarem no meio da manhã para a Vila Santo Antônio, em cujo salão comunitário recolhem os reis e rainhas, trazendo-os em cortejo ao interior do santuário. 

Após o almoço, novo cortejo se forma, desta feita em direção à Vila Santa Teresinha, em cuja igreja, após ser visitada por cada guarda, recolhem o Imperador do Divino para as solenidades. A missa solene das 16 horas é uma celebração de elevada importância e concorrência de fiéis. Ao seu término, sendo celebrada pelo Bispo Emérito da Diocese de São João del-Rei, acontece a coroação do novo Imperador do Divino, eleito para este ano, Adilson Rodrigues Júnior, que receberá as insígnias do Imperador do ano anterior, Nelson Domingos de Abreu. 

Segue a procissão solene e luminosa, às 18:30 horas, concorridíssima. Na chegada ao santuário as solenidades se concluem com a bênção do Santíssimo Sacramento. O encerramento, no adro, se antecede pela descida dos mastros, seguida da despedida das congadas e show de encerramento. 

É uma festa na qual se irmanam sob as asas do Paráclito seus alegres devotos, levando emoção, transmitindo musicalidade e união. A Festa do Divino merece ser preservada, incentivada, prestigiada, salvaguardada e até mesmo registrada como elemento ímpar de nosso patrimônio cultural imaterial. 

Folia do Divino do Bairro Guarda-mor, Mestre João Matias. 23/05/2015. 

Imperador sob a umbela e sua corte, na Rua Padre José Maria Xavier. 23/05/2015. 
Marujos de Conselheiro Lafaiete, do Capitão Ganair: presença contínua desde 1998. 

Coroação do Imperador pelo Bispo Diocesano. 

Aspecto do almoço. 

Entrada dos Imperadores no santuário para a Missa Solene. 

Chegada do Cortejo Imperial. 


Descida do Mastro do Divino. 


Notas e Créditos



* Texto: Ulisses Passarelli
** Fotografias: Iago C.S. Passarelli, 15/05/2016 (outras datas indicadas nas legendas)

segunda-feira, 8 de maio de 2017

Festa de São Benedito no Bonfim

Concluiu-se na noite de ontem na Igreja do Senhor  Bom Jesus do Bonfim, em São João del-Rei, a festividade em honra a São Benedito. Ao final da tarde apresentou-se diante da antiga igrejinha e ao pé do mastro o Moçambique Santa Efigênia e o Catupé São Benedito e São Sebastião e ambos entoaram seus louvores e animaram bastante o local. 

A celebração da Santa Missa foi muito concorrida, ganhando destaque a participação do tradicional Grupo de Inculturação Afro-descendentes Raízes da Terra. Foi realizada com grande empolgação e valores culturais, em clima de forte apelo religioso. Estiveram também presentes os senhores e senhoras reis e rainhas de São Benedito. 

O andor com a imagem do santo festejado estava muito enfeitado e seguiu em procissão acompanhado pelos congados presentes e grande número de fieis, em longo percurso pelo Bairro do Bonfim. A saída foi da igreja nova e chegada na igreja velha. Os grupos tocaram ininterruptamente durante todo o itinerário procissional. A chegada foi empolgante, com intenso foguetório e dobres de sino. A bênção do Santíssimo Sacramento foi extremamente respeitosa e participativa. Na entrada do andor uma chuva de pétalas de rosas caiu sobre a imagem, entremeio muitas palmas, vivas e rufados de caixas. 

Os grupos se recolheram, recebendo antes um farto e saboroso lanche.

As comemorações sociais continuaram no adro com movimento de barraquinhas e música. 


Igreja antiga. Ao lado do cruzeiro luminoso o mastro de São Benedito. 

Igreja nova com movimentação de devotos. 

Uma das guardas presentes à festa. 

Bênção do Santíssimo Sacramento. 

Bênção do Santíssimo Sacramento. 

Andor de São Benedito. 

Notas e Créditos

* Texto e fotografias: Ulisses Passarelli