Charola e andores azuis. Capela de N.S. da Vitória, São Sebastião da Vitória (São João del-Rei/MG). |
Algumas charolas tomam formas específicas, como barcos (de São Pedro e N.S. dos Navegantes - padroeiros dos pescadores) e carrocerias de caminhão (de São Cristóvão - padroeiro dos motoristas).
Charola é também um antigo cortejo peditório trazendo a imagem do Senhor Bom Jesus sobre um pequenino andor, que rapazes carregavam pelas ruas pedindo esmolas para a Festa dos Passos. A este respeito existe uma notícia levantada por Antônio Gaio Sobrinho, informando o incidente de 1781, em São João del-Rei, quando o grupo foi atacado pelo Brigadeiro Francisco Joaquim Araújo Magalhães, que espatifou o andorzinho sob os pés e quebrando a imagem do Senhor dos Passos, levou-lhe a cabeça, sem a restituir, não obstante os protestos.
A origem da charola seria decerto portuguesa. Em Portugal há as “alvíssaras”, que segundo Cascudo“são grupos de rapazes e moças que cantam versos em louvor da Ressurreição, indo à porta da igreja ou às casas dos amigos, recebendo amêndoas, passas e tremoços.”
Na zona da mata mineira, microrregião de Viçosa ainda são praticadas as charolas de quaresma como se fossem folias dos Passos, onde foram referenciadas por Paniago e por Giovaninni Jr.
* Texto e fotografia (2013): Ulisses Passarelli
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