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Bem vindo!Esta página está sendo criada para retransmitir as muitas informações que ao longo de anos de pesquisas coletei nesta Mesorregião Campo da Vertentes, do centro-sul mineiro, sobretudo na Microrregião de São João del-Rei, minha terra natal, um polo cultural. A cultura popular será o guia deste blog, que não tem finalidades político-partidárias nem lucrativas. Eventualmente temas da história, ecologia e ferrovias serão abordados. Espero que seu conteúdo possa ser útil como documentário das tradições a quantos queiram beber desta fonte e sirva de homenagem e reconhecimento aos nossos mestres do saber, que com grande esforço conservam seus grupos folclóricos, parte significativa de nosso patrimônio imaterial. No rodapé da página inseri link's muito importantes cuja leitura recomendo como essencial: a SALVAGUARDA DO FOLCLORE (da Unesco) e a CARTA DO FOLCLORE BRASILEIRO (da Comissão Nacional de Folclore). Este dois documentos são relevantes orientadores da folclorística. O material de textos, fotos e áudio-visuais que compõe este blog pertencem ao meu acervo, salvo indicação contrária. Ao utilizá-lo para pesquisas, favor respeitar as fontes autorais.


ULISSES PASSARELLI




quinta-feira, 4 de outubro de 2012

Marujos de Barbacena

A cidade de Barbacena, situada na Mesorregião Campos das Vertentes, encabeçando uma de suas três microrregiões (a que leva seu nome), está numa situação geográfica e cultural entre as Vertentes e a Zona da Mata. Justo nesta última, são abundantes as guardas de marujos, aliás, seu tipo mais comum de congado. 

Seria então natural que Barbacena tivesse seu terno de marujeiros. Em sua terra seu festejo acontece na Igreja de Santa Efigênia. 

Com certa frequência eles em espírito de irmandade e movidos pela devoção viajam até São João del-Rei onde participam da Festa do Rosário no Bairro São Geraldo e da Festa do Divino no Bairro Matosinhos. As imagens abaixo retratam uma destas participações, no Bairro São Geraldo, a 18/08/1996. 

Naquele mesmo ano, em Barbacena, uma octogenária, "Dona Josefina", informou-me alguns cantos de marujos dados como muito antigos, que puxara da memória prodigiosa: 

"Eu não vim aqui por mestre
(ai) nem pro ensino de ninguém! - bis
Que eu sou dos que aqui estão
(ai) que nós todos canta bem..." - bis

"Oi, viva o Rei, viva a Rainha!
Viva a Rainha e viva o Rê!
Viva o Capitão-Mestre
e o Capitão de Aruê-êh!"

"Rainha nova,    BIS
Rainha de Portugal
Oi, viva a Rainha nova,   BIS
que deu nós a liberdade!"

"Nossa Senhora da Penha
(ai) é madrinha de João; - bis
eu também sou afilhado 
(ai) da Virgem da Conceição! - bis

"Nossa Senhora da Penha
(ai) é madrinha de João; - bis
eu também fui batizado
(ai) da Virgem da Conceição!" - bis

"(Ai) Eu sou marinheiro,
(Ai) Eu sou marinhá,
eu tô na canoa,
(Oi) eu quero remá!"

"Eu nasci numa campina,
lá por cima de uma serra,  BIS
firma ponto, minha gente,
que nós estamos em guerra! BIS

É agulha de marinheiro,  
alfinete de mariá!   BIS
firma ponto minha gente
tão querendo me tomá..."    BIS




Notas e Créditos

* Texto e fotografias: Ulisses Passarelli .

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