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Bem vindo!Esta página está sendo criada para retransmitir as muitas informações que ao longo de anos de pesquisas coletei nesta Mesorregião Campo da Vertentes, do centro-sul mineiro, sobretudo na Microrregião de São João del-Rei, minha terra natal, um polo cultural. A cultura popular será o guia deste blog, que não tem finalidades político-partidárias nem lucrativas. Eventualmente temas da história, ecologia e ferrovias serão abordados. Espero que seu conteúdo possa ser útil como documentário das tradições a quantos queiram beber desta fonte e sirva de homenagem e reconhecimento aos nossos mestres do saber, que com grande esforço conservam seus grupos folclóricos, parte significativa de nosso patrimônio imaterial. No rodapé da página inseri link's muito importantes cuja leitura recomendo como essencial: a SALVAGUARDA DO FOLCLORE (da Unesco) e a CARTA DO FOLCLORE BRASILEIRO (da Comissão Nacional de Folclore). Este dois documentos são relevantes orientadores da folclorística. O material de textos, fotos e áudio-visuais que compõe este blog pertencem ao meu acervo, salvo indicação contrária. Ao utilizá-lo para pesquisas, favor respeitar as fontes autorais.


ULISSES PASSARELLI




segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Congado de Prados

Nos albores do século XVIII no Campo das Vertentes foram descobertos sucessivamente várias jazidas de ouro que trouxeram aventureiros ávidos pela fortuna de toda a parte da colônia e de além-mar. Juntas formaram o que passou para a história como as "minas do Rio das Mortes", terminologia usada para diferenciá-las de outro grupamento de garimpos, as "minas do Rio das Velhas" (Sabará, Caeté, etc.). 

Entre as minas do Rio das Mortes floresceu a de Prados, a partir de 1704, coetânea à de São João del-Rei (mesmo ano) e Tiradentes (1702). E desse período em diante pipocaram os descobertos auríferos: Córrego, Cuiabá, Ponta do Morro, Canjica, Lagoa Dourada, etc. 

Para o árduo trabalho de mineração veio o escravo africano e por onde se fixou logo a ordem catequética vigente implantava um templo dedicado a Nossa Senhora do Rosário, eleita sua protetora gloriosa. Em Prados também foi assim. A atraente Igreja do Rosário teve sua construção a partir de 1785, segundo VALE (1985: p.157). Em torno da devoção ao rosário floresceram os rituais do reinado e o cortejo dos congados. 

VALE (1985: pp.185 a 187) analisou despesas e recebimentos da Irmandade do Rosário e registrou o gasto de 8$400 em 1823-4 para música no dia do reinado; receita em 1832-3 advinda de doações do Rei, Rainha, Rainha de Promessa, Juíza, Juíza do Ramalhete, Juíza da Promessa; em 1838, despesa de 2$240rs aos tocadores de caixa (*).

A tradição dos congados em Prados ficou desativada por longos anos mas foi recuperada no início do século XXI com a formação da guarda "Nossa Senhora do Rosário", no estilo dos catupés regionais. Desde então, anualmente tem acontecido animadas festividades em honra ao rosário naquela cidade com todas as características típicas e além disto, o congado pradense participa de festas em várias cidades da região. 

Nas fotografias abaixo algumas registros de imagem deste grupo quando de sua participação na Festa do Divino de São João del-Rei, no Bairro de Matosinhos. 






Referências Bibliográficas

VALE, Dario Cardoso. Memória Histórica de Prados. Belo Horizonte: [s.n.], 1985. 344p. + anexos

Notas e Créditos 

* Registra outrossim "para o Rev. João Roiz. de Mello, pela Missa cantada no dia de Reis... 2$800rs" (p.185). 
** Texto e acervo: Ulisses Passarelli
*** Fotografias: 1 a 3- Iago C.S. Passarelli, 11/06/2011; 4- Ulisses Passarelli, 04/06/2006. 

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