Boca de siri! – expressão usada para indicar necessidade de silêncio,
sobretudo ante um segredo. Ato de não dizer nada: "fazer boca de siri".
Cheio de banca – orgulhoso, entojado, repleto de soberba.
Deixar a vaca ir para o brejo – deixar uma situação se complicar e
sair do controle. "A vaca foi pro brejo": o caso caminhou para um fracasso.
É fria! – interjeição de negação, já em desuso: jamais! Nunca!
Eu, não!
Encher o rabo – beber demais, embriagar-se. “Encheu o rabo de pinga”.
Escreveu, não leu, pau comeu! – expressão que equivale a: o aviso
foi dado, você não entendeu, agora aguente as consequências.
Estar comendo o gambá errado – expressão indicativa que uma dada
suspeita recai sobre a pessoa errada, inocente no caso em questão.
Fazer de bobo para viver – fingir-se de desentendido para se livrar
de complicações e polêmicas.
Gambiarra – literalmente, ação de improviso, atitude provisória para sanar
uma situação: "o encanamento estava fazendo fiz uma gambiarra". Por extensão,
dizem os homens, pejorativamente, acerca de aventuras amorosas fora do
casamento: "arrumar uma gambiarra" – ter uma concubina.
Guéri-guéri – frescura, rituais desnecessários ao cotidiano da vida.
Indivíduo cerimonioso: "ele é cheio de guéri-guéri".
Ideia de girico – pensamento fraco, ideia ruim, solução nada
prática.
Mamão com açúcar – situação muito favorável, caso de fácil solução,
serviço excelente. Este trabalho é mamão com açúcar.
Maniento – cheio de manias, xexelento, com hábitos desnecessários, complicadores do fluir natural da vida.
Marmota – feio, atrapalhado, de mau gosto, mau vestido,
extravagante. "Fazer marmotagem": fazer algo fora do padrão social.
Meganha – policial. Termo pejorativo.
Melzinho na chupeta – sinônimo de mamão com açúcar.
Meter a boca no trombone – denunciar uma situação, contar um
segredo a muitas pessoas. “Falar aos
quatro ventos”.
Meter a língua nos dentes – idem.
Morgado – envergado, curvado, flexionado.
Muito fogo para pouca lenha – muito entusiasmo para pouco benefício
a se alcançar. Empolgação excessiva.
Ôh, bala! - interjeição intensificadora de uma negação indignada: de forma alguma! Jamais! Nunca! Eu, heim...! Quero não!
Pegar o bonde andando – saber parcialmente de uma situação e já
emitir opinião sobre ela, caindo num equívoco.
Pegar o bonde errado – entrar numa situação que não era a que se
pensava ser.
Pinta brava – mau elemento, marginal, fora da lei, brigão, encrenqueiro,
valentão.
Quebra-galho – gambiarra; improviso; serviço informal; uma ajuda qualquer que não supre todas as necessidades.
Rasgar o cu com a unha – entrar em extremo desespero. Descontrole,
crise nervosa, histeria.
Tempo da(o) zagaia – antigamente, passado remoto.
Tempo do onça – idem.
Tio Velho – pessoa que bebe muito café, ou que se comporta como um
idoso à moda antiga: “Êh, ti’ véio, já tá
co’o caneco de café na mão...”
Tirar o cu da reta – livrar-se de culpa numa situação embaraçosa.
Fazer de tudo para culpar outro se mostrando inocente.
Tirar o pé do atoleiro - melhorar
de vida, subir financeiramente, rápido crescimento econômico.
Toró – temporal, chuva intensa. "Caiu um toró". "Tribusana".
Traçar – além do sentido literal do verbo (riscar um traço, tracejar), tornou-se um termo deselegante para indicar o ato de comer, alimentar-se,
no geral no sentido de gula: “num minuto
traçou o pão”. Tem também o sentido de ato sexual: “traçou a filha do compadre” (manteve relação sexual com ela).
Traficança – bagunça, amontoado de coisas, trastes, bugigangas, “coisêra”
(muita coisa). “Carregar a traficança”: mudar de residência. “Juntar a traficança”: passar a morar
junto com alguém.
Tragada – 1- fumar com força, puxando fortemente por sucção o
cigarro. "Dar uma tragada". 2- gole,
dose considerável de bebida alcoólica: "tomar uma tragada de conhaque".
Trambolho – literalmente espécie de grande trava de madeira, para segurança de
janelas e portas, maior que a tramela, muito usada na zona rural. Por extensão,
qualquer mecanismo espalhafatoso, sem delicadeza, mau planejado, grosseiro,
engenho ruim. Pode ainda de forma ofensiva ser aplicado a mulheres cujo padrão
de beleza não seja atrativo sob hipótese alguma para os homens.
Tremilique – tremura, tremor: “
‘tava com febre forte, começou tremilicar”. Desequilíbrio psicológico: “ficou lá xingando, dando tremilique”.
Um brinco! – expressão com o sentido de perfeição; uma beleza!
Uma pinóia! – expressão de reprovação; negativa. Indicativo de não
se aceitar uma situação. “_ Vou embora...
_ Vai uma pinóia!”
Vaca que esconde leite – pessoa que, por cautela, não revela suas
capacidades, potenciais ou poder econômico.
Vai com as batatinhas! – expressão de esconjuro. Expurgo. “Graças a Deus a visita foi embora... vai
com as batatinhas!”
Vareta – magrelo, magricela, magérrimo.
Ver passarinho do rabo verde – mostrar-se muito alegre. Estar
aparentemente muito feliz. Indicativo de assanhamento.
Vetético – pejorativo: velhote, velho espertalhão, idoso sagaz,
pessoa na terceira idade que se comporta com atitudes imaturas.
Vivaldino – vivaz, sagaz, esperto, que trama situação nas quais
lucrará.
Vivinho da silva – expressão intensificadora: muito vivo, com
vivacidade. Usada também para indicar o reaparecimento de alguém: “estava sumido, pensei que tinha morrido.
Nada! Tá vivinho da silva.”
Xepeiro – aquele que tem o hábito de xepar: usurpador, que se
aproveita do esforço alheio, que vive às custas de outrem, que se alimenta em
casa dos outros com frequência.
Xereta – especulador; aquele que quer saber detalhes da vida alheia;
quem muito pergunta. Xeretar: intrometer-se.
XPTO – ótimo, excelente, maravilhoso, delicioso. “O almoço está XPTO”. XPTO é a
abreviatura da palavra “Cristo”, em grego.
Zona – 1- bagunça, desordem, caos. 2- prostíbulo.
Zurra – uso excessivo, sem cuidados de manutenção. “Carro novinho, já tá na zurra ...”
* Texto: Ulisses Passarelli
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