A beça – gíria em desuso: demais, muito. “Gosto dela à beça”.
Agradar a Deus e ao diabo – expressão que indica o ato de agradar a
pessoas de ideologias muito diferentes; tomar uma atitude que agrade a bons e
maus ao mesmo tempo.
Agradar a gregos e troianos – idem.
Água de batata – qualquer líquido muito ralo, pouco consistente,
não concentrado. Café fraco. “Este suco está uma água de batata.”
Água morna – sujeito apático, de baixo poder de decisão, sem
pró-atividade.
Áh... áh! – interjeição que indica uma negativa veemente: “Deus me
livre”, “de jeito nenhum”, “não quero”, “nem pensar”.
Aluado – abestalhado, idiota. Diz-se em especial de quem está sob
influência mística da lua.
Amarujo – de sabor ligeiramente amargo. “A lima é boa mas tem um
amarujo”.
Amoitar – esconder, ocultar.
Amuado – entristecido, sorumbático, cabisbaixo.
Angu de caroço – confusão, balbúrdia, discussão, desavença.
Angu perdido – expressão de desdém para indicar animal ou pessoa
inútil, que só traz problemas. “fulano é angu perdido...”
Antigório – muito antigo, antiquado, ultrapassado.
Ao léu – ao Deus dará; entregue à própria sorte. Sem ninguém que
controle.
Aonde o Judas perdeu as botas – lugar inculto e muito distante.
Ermo, recôndito.
Aparelhado – 1- disposto em parelha, ou seja, aos pares. Lado a
lado. Frente a frente. 2- equipado
de aparelhos. 3- madeira cortada em
máquinas próprias, com arestas nítidas, angulações exatas, que não se consegue
com desbaste manual.
Arzinho – pitada, pequena porção. “Põe mais um arzinho de sal que a
comida está insonsa”.
Assim, assado – expressão indicativa de modo, quase sempre
acompanhada de gesticulação reveladora. Deste jeito. Feito desta forma.
Construído desta maneira. “Juntou os paus aparelhados, os pregos, ferramentas e
fez a mesa assim, assado.”
Avalentuado – valente, valentão, corajoso, brigão, rixento.
Azucrinar – perturbar, amolar, atentar, tirar o sossego.
Babaca – xingamento contra indivíduo indesejável, que desperta
antipatia por suas ações inconvenientes. Idiota, boçal.
Babau! – interjeição indicativa de fim. Acabou, morreu, finalizou.
“O carro veio correndo muito, caiu no buraco e babau!”
Badulaque –1- traste,
cacareco, tralha, coisas imprestáveis. 2-
em sentido pejorativo, pessoa muito feia e desajeitada.
Bafafá – confusão, tumulto, disse-me-disse. “A festa foi um bafafá
danado!”
Baita – “bitelo”, grande, avolumado, gigante, bruto. “Era um baita
d’um touro!”
Bala – estar tonto por ação de bebida alcoólica; embriaguez. “Saiu
do bar na maior bala...”
Balaio de gato – confusão, desorganização, desordem (de pessoas ou
objetos). “O escritório dele é um balaio de gato”.
Baleia – pejorativo: mulher muito obesa. “Orca”.
Bambu vestido – pejorativo: pessoa muito magra e alta.
Banana – indivíduo bobo, palerma, de pensamento e atitudes lentas.
Letárgico. “Bananão”.
Bancar – 1- fazer-se de; simular que é algo. “Bancou o político,
subiu na cadeira e começou a falar”. 2-
assumir a despesa; pagar os custos de. “Pode trocar por minha conta. Se tiver
diferença eu banco.”
Barata tonta – pejorativo: pessoa desorientada. Quem começa um
serviço não o termina e já parte para outro e assim sucessivamente.
Barranco – pedaço grande de um certo alimento. “Nhaco”, “torete”.
“Tirou um barranco de bolo e comeu”.
Bazulaque – pejorativo: pessoa desajeitada; pessoa excessivamente
obesa. Vide: badulaque.
Beleléu – indicativo de fim ou sumiço. De paradeiro desconhecido.
“Viajou pro norte e beleléu!”. “Foi pro beleléu!”.
Bicho do mato – sujeito anti-social. Quem não gosta de conviver com
outros. Misantropo.
Bico! – interjeição de ordem de silêncio. Equivale a: “cala a
boca!”. “bico fechado”.
Bigoloto – 1- espécie de bolo ordinário, de massa grosseira,
estufado, ressecado. “Embatumado”, “balofo”. 2- por analogia ao bolo antes citado, diz-se, pejorativamente, de
pessoas gordas.
Biriboca – de plausível origem indígena, indica local distante e
sem civilização. Como lugar, equivale a “Aonde o Judas perdeu as botas”.
Biscate – “quebra-galho”. 1-
serviço informal. Trabalho autônomo ocasional. Modo de ganhar um dinheiro extra
por uma atividade sem registro trabalhista. “Fazer um biscate”. 2- amante, concubina, comunhão carnal
com uma mulher fora do casamento. “Ter um biscate”.
Bitelo – grande, volumoso. “Pescou um bitelo d’um bagre lá no
poção”.
Boboca – bobo, palerma, sem expediente. Ver: babaca.
Boca de latrina – pejorativo: 1-
pessoa com forte halitose. Caso extremado de mau hálito. 2- pessoa que profere ofensas e palavrões com frequência. “Boca do
inferno”.
Boi sonso – falso, fingido, dissimulado; que aparenta
tranquilidade, mas esconde grande esperteza. Quem se faz de amigo, mas
prejudica sorrateiramente. Um dito popular proclama como verdade: “Boi sonso é
que arromba curral”, ou seja, de onde não se espera é que o perigo vem.
Bola sete – pejorativo: gordo, obeso. Referência à cobiçada bola do
jogo de sinuca.
Bolo fofo – pejorativo: gordo, obeso.
Briga de foice no escuro – situação perigosa de conflito, onde não
se sabe quem ganhará. Caso de difícil decisão e elevado risco.
Brutelo – o mesmo que ‘bitelo”. Abrutalhado, grande. “O garrote era
um brutelo”.
Bucho – 1- estômago. “Encher o bucho” = comer em demasia. 2- útero. “Encher o bucho” =
engravidar. 3- pessoa antipática,
malquista. “Fulano é um bucho”.
Busundum – pejorativo: gordo, obeso. “Ôh, busundum!” (insulto:
gorducho, gordão).
* Texto: Ulisses Passarelli
Foi de muita relevância esse material, aqui em casa foi só risada ao voltarmos a dizer esses termo do tempo do zagaio de gancho.
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