Decreto de elevação da Matriz de Matosinhos a Santuário Diocesano
“Decreto nº 3 – 2003 - Aos que este decreto virem, saudação e bênção do Senhor. Fazemos saber que, devido a grande devoção ao Senhor Bom Jesus de Matosinhos, pelos naturais e moradores da cidade de São João del-Rei, da Diocese de São João del-Rei, e considerando que:
1 – desde os primórdios da vila e depois de cidade de São João del-Rei sempre houve grande devoção ao Senhor Bom Jesus Crucificado e já em 1750 havia “ex-votos” por graças alcançadas;
2 – a 6 de maio de 1769 houve a doação de área de terreno (1.500 m2), na Vargem do Porto Real da Passagem para nela se construir uma capela dedicada ao Senhor Bom Jesus de Matosinhos;
3 – em 29 de maio de 1770 os devotos do Senhor Bom Jesus de Matosinhos fazem petição para edificar a capela para abrigar a devotíssima imagem do Senhor Bom Jesus e para que os moradores locais pudessem cumprir o preceito dominical;
4 – em 13 de junho de 1771 é concedida a autorização eclesiástica para “naquela paragem poder erigir uma ermida (capela) com a invocação do Senhor Bom Jesus de Matosinhos”;
5 – a 28 de fevereiro de 1773, o Padre Doutor Matias Antônio Salgado, SJ, Vigário Colado da Paróquia de Nossa Senhora do Pilar, provê, doa e constitui patrimônio para a Capela do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, incluindo na doação a belíssima imagem de Nossa Senhora da Lapa;
6 – a 19 de maio de 1774, é dada por concluída a capela e depois de benzida, entregue ao culto e veneração do Senhor Bom Jesus de Matosinhos;
7 – em 6 de abril de 1783 a Santa Sé expediu Breve Pontifício concedendo o privilégio de jubileu com indulgência plenária para os fiéis devotos que, confessados e comungados, visitassem a Igreja do Senhor Bom Jesus de Matosinhos nos três dias da Festa de Pentecostes;
8 – a construção da Igreja do Senhor Bom Jesus de Matosinhos teve tanta influência na comunidade que sua localização antes denominada Vargem do Porto Real da Passagem passou a ser conhecida como Matosinhos por toda a população são-joanense;
9 – as festas ali promovidas em louvor ao Espírito Santo e ao Senhor Bom Jesus de Matosinhos tiveram tal repercussão através dos anos que a Igreja do Senhor Bom Jesus de Matosinhos passou a ser alvo de constantes romarias para cumprimento de votos e promessas chegando a haver na antiga igreja um grande espaço para colocação de quadros de ex-votos, tal a quantidade de graças alcançadas pelos devotos;
10 – a Igreja do Senhor Bom Jesus de Matosinhos em virtude das romarias e grande afluxo de fiéis e devotos passou também a ser denominada Santuário do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, pelo povo e mesmo sem documentos assim aparece essa denominação;
11 – com a criação da Paróquia do Senhor Bom Jesus de Matosinhos em 1960, havendo então pároco residente, houve um incentivo cada vez maior em comemorar tanto a solenidade de Pentecostes como a do Senhor Bom Jesus em 14 de setembro, festa da Exaltação da Santa Cruz;
12 – o atual pároco, interpretando os anseios dos paroquianos e dos devotos do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, conseguiu da Santa Sé, novamente o privilégio de Jubileu do Senhor Bom Jesus para festa anual em setembro;
13 – a cada ano tem aumentado o número de fiéis que participam ativamente e intensamente de todas as manifestações religiosas, litúrgicas e paralitúrgicas, durante todo o ano e especialmente em Pentecostes e do Senhor Bom Jesus de Matosinhos;
Em virtude de todos estes aspectos históricos e tradicionais e também interpretando a vontade manifesta da Paróquia do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, através do Pároco, do Vigário Paroquial, das associações religiosas e de todos os paroquianos e devotos, resolve conceder à Igreja Matriz do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, da cidade de São João del-Rei, o título de Santuário Diocesano, com todos os privilégios e prerrogativas dos santuários.
Este decreto entra em vigor na data de sua expedição e será transcrito no Livro de Tombo Paroquial da Paróquia do Senhor Bom Jesus de Matosinhos, e lido na estação da Missa da Exaltação da Santa Cruz em quatorze de setembro.
Dado e passado nesta Episcopal Cidade de São João del-Rei, sob o Nosso Sinal, e o Selo de Nossas Armas, aos 14 de setembro de dois mil e três (2003), Festa da Exaltação da Santa Cruz.
Dom Waldemar Chaves de Araújo, Bispo Diocesano
Eu, Padre Antônio Claret Albino, Chanceler do Bispado, subescrevi.
Protocolo nº 36/2003 – P
Registrado no Livro de Registros Gerais”.
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Santuário em festa, no Pentecostes de 2012. |
* Texto: Ulisses Passarelli
** Foto: Iago C.S.Passarelli
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