A
religiosidade popular faz de muitas grutas lugares místicos, senão mesmo
sagrados. Nos meios folclóricos é corrente dizer-se que Cristo nasceu numa
gruta _ a lapinha de Belém _ tradição muito arraigada, embora não confirmada
nem nos evangelhos canônicos nem nos apócrifos, que falam em estalagem e
estribaria, dando a entender uma construção humana e não natural.
No Brasil a
gruta mais famosa no aspecto religioso é a do Bom Jesus da Lapa, na Bahia, onde
se crê existir uma cobra gigantesca, sobrenatural, aprisionada por detrás de
uma parede por um antigo padre.
De
Portugal recebemos a devoção a Nossa Senhora da Lapa, cuja imagem foi achada
numa lapa da Serra de Quintela. Aliás, por terras ibéricas corre também a
devoção a Nossa Senhora da Lapinha.
Entre
os congadeiros de Minas Gerais é bastante corrente uma lenda que narra como
Nossa Senhora do Rosário apareceu aos antigos escravos e foi conduzida à igreja
por eles, tocando seus instrumentos, donde surgiu o congado. Pois bem, há
muitas versões, umas falando de sua aparição no mar, outras na mata, ou na
beira de uma cachoeira e ainda, numa caverna.
A
aparição de Nossa Senhora à Santa Bernadete em Lourdes, Portugal, dentro de uma
gruta, fez aumentar ainda mais no imaginário popular o lado religioso dessas
formações rochosas naturais.
Pois
não é então sem sentido que surgiu o costume de se edificar grutas artificiais
em pedras, rejuntadas por concreto e reforçada por ferragens. Representam no
imaginário popular as cavernas naturais e o seu interior é sacralizado,
convertido em local de orações, fazendo a vez de singular ermida ou simples
oratório. Elas são dedicadas sobretudo à Virgem Maria, em São João del Rei-MG e
vizinhanças.
Existem em
três formatos:
-
à moda de um iglu ou oca, onde entram os fiéis para diante da imagem que
nomina a construção postarem suas preces. Esse modelo representa a grande
maioria das grutas e é o que focalizo neste texto;
- como miniaturas do padrão anterior,
mas como tal sem se poder nelas entrar, por serem pequenas e baixas, cabendo
apenas a imagem e enfeites florais. É feita como um nicho à beira do caminho,
tal como vemos na COHAB, junto à entrada do horto florestal (imagem de Nossa
Senhora Aparecida) ou no, Bairro das Fábricas, junto à entrada do campo de
futebol do Juventus, no final da Avenida Leite de Castro, parte de baixo.
- como um oratório suspenso em
coluna revestida de pedra, como o da Rua Laudelino Nascimento no Alto das
Mercês, inaugurado em janeiro de 2006 ou noutro exemplo, de igual aspecto, a
que existe no conjunto INOCOOP dedicado a Nossa Senhora Aparecida.
Gruta de N.S.Aparecida, revestida de hera, no final da Av.Leite de Castro, 11/08/2013.
Gruta do INOCOOP, 18/08/2013.
A mais velha
de nossas grutas é decerto a de Nossa Senhora de Lourdes situada dentro da
Igreja do Rosário, imediatamente à esquerda da entrada principal. Segundo
Antônio Gaio Sobrinho em “Sanjonidades” a obra daquela gruta data de 1896. Foge
porém ao contexto do presente texto pois é situada em espaço interno, sob
domínio eclesiástico imediato e se afasta das práticas populares. Interessa por
ora apenas as externas.
Como tal essas
grutas são um fenômeno relativamente recente, conhecidas desde os anos setenta
ou começo de oitenta com a mais tradicional delas, a de Nossa Senhora de
Lourdes na Colônia do Marçal, na paragem das Mangueiras, mas de fato foi a partir de 1990 que ampliaram
suas edificações e em especial a partir da Gruta do Divino em área bem central
e visível (as demais são quase sempre suburbanas) surgiram muitas outras,
notadamente no mesmo padrão, após o ano 2000.
As grutas
quanto à localização, podem ser particulares ou comunitárias. As primeiras
estão situadas no interior de quintais, chácaras, etc., e sua visitação e
atividades religiosas ficam condicionadas ao desejo do proprietário do terreno.
Como tal deixam de ser coletivas e fogem ao nosso interesse de estudo. Já as
comunitárias situam-se em terrenos públicos, beiras de estradas e ruas, ou nas
praças e estão abertas aos fiéis no horário demarcado pelas zeladoras que moram
em seu derredor.
As zeladoras são
aquelas senhoras que voluntária e gratuitamente conservam a limpeza da gruta,
abrem e fecham seu portão e ainda destinam as eventuais ofertas recolhidas para
alguma atividade ou obra religiosa, senão para a melhoria do próprio local de
orações.
Os devotos,
liderados por zeladores e puxadores de terços (entenda-se capelães leigos),
sempre se reúnem dentro ou diante dessas construções, para rezarem terços e
promoverem festas em honra ao santo patrono. São eventos de proporção pequena,
padrão comunitário, importantes para a coesão social daquele pequeno grupo.
Correm orações coletivas e a alta voz pela paz no lugar, a saúde de um vizinho,
a recuperação de um frequentador ou parente acidentado ou operado e assim por
diante. Vi uma senhora puxar um terço por intenção da santa infância, pedido
bem a propósito quando cada vez mais se vê as crianças perdendo a inocência na
pressa de atingir a idade adulta ou desviados por adultos inescrupulosos.
Esforçam-se os
frequentadores das grutas por conservá-las limpas, floridas, com velas e por
vezes mandam celebrar uma missa campal no lugar. É comum também observar-se ali
muitos pedidos escritos postos aos pés do santo, ou acondicionados no vão das
pedras. Por vezes surgem ex-votos diversos, sendo notórios na Gruta das
Mangueiras onde seu acúmulo induziu a construção recente de uma sala adrede,
revestida de pedras como convém ao estilo. Muitas imagens quebradas e terços rebentados
são despachados nas grutas. Alguns zeladores, sem entender o significado desse
ato, pedem para não fazê-lo, deixando exposto um pedido impresso ou manuscrito.
São comuns também orações dispostas livremente para os fiéis levarem para si,
impressas em papéis, a que chamam “santinhos”. Muitas em pagamento de promessa,
outras obedecem ao esquema das chamadas correntes. Existem também as preces
expostas publicamente pelos zeladores, afixadas em quadro para que aqueles que
ali adentrarem a possam rezar. Da mesma forma, cartazes anunciando festas em
qualquer paróquia, avisos à comunidade dos mais diversos tipos, folheto com
foto de gente desaparecida e número do telefone de contato, pedidos escritos
para ajuda para isso ou aquilo, papéis de campanhas em benefício de obras da
igreja ou de obras da comunidade. Há ainda as notícias orais, efetivadas a cada
reunião do grupo de orações, após as rezas habituais: de novos horários de
missa, da aproximação de uma festa, de uma campanha de vacinação ou de
arrecadação de alimentos ou de roupas para o inverno dos pobres, da realização
de um bazar da pechincha em benefício de... Enfim, as grutas são além de local
de preces, um ponto de informações.
Algumas grutas
tem um cofre destinado a receber espórtulas dos fiéis para colaborar nas
despesas de manutenção. Não são poucos os casos de roubo desses cofres.
Também vê-se nas grutas medianas e nas maiores, velários para organizar o acendimento de velas.
Os moradores
procuram ainda ajardinar e plantar árvores no entorno da construção religiosa.
São áreas respeitadas (digo, sem baderna), bem cuidadas, onde em geral não há
lixo ou invasão. Pensando bem, quisera houvesse mais grutas.
No lado
cultural focalizam presença nalgumas ocasiões festivas de folias de Reis,
congados, pastorinhas, bandas de música. As folias notadamente em suas
deambulações param a cantar nas grutas quando de passagem pelas ruas onde se
situam ou vão direto a elas se forem convidadas pelos zeladores ou festeiros
locais.
Um detalhe
interessante para relato é que, embora sendo monumentos do catolicismo popular,
as grutas são com freqüência visitadas por pessoas de outras crenças religiosas
e não é rara ocasião de nalgumas delas se encontrarem por exemplo, firmezas de
umbandistas, sempre encaradas com medo e boa carga de desprezo por parte dos
católicos que ali comparecem.
Focalizei
as observações na área urbana de São João del-Rei, muito embora também existam
na área rural, ainda que menos frequentes. As cidades vizinhas tem também suas grutas. Cada qual com
sua história todas tem em comum a matéria-prima, o aspecto e o motivo central
da fé.
O período das
observações é sobretudo a primeira década partir de 2000, embora já acompanhe a
religiosidade que cerca as grutas desde a minha infância.
Assim
exposto, passo em breve revista as grutas da cidade de São João del-Rei,
situadas em espaços públicos.
* * *
Nossa Senhora Aparecida: uma inscrição no seu passeio, feita ainda com o cimento mole, afixou o nome dos construtores: Eduardo e Anselmo e a data da obra, 15/06/2001. Fica na Cohab, na
Rua Dom Antônio Carlos de Mesquita, à entrada
do Horto Florestal de São João del-Rei. Gruta pequena, apenas com a imagem do
orago. Pequeno ajardinamento em derredor. Em 2004, pelo inverno, folhagem rasteira conhecida por
piranha fora plantada dentro e à frente da construção, atapetando-a, estando enfeitada de
flores artificiais. A foto abaixo já mostra a gruta com novo entorno.
Gruta da Cohab, 12/08/2013.
Nossa Senhora Aparecida: construída na Cohab Nova, no canteiro
central, divisor de pistas, fronteira ao ponto final do ônibus urbano. No
terreno amplo que lhe ladeia, fizeram em 2004 uma Queima de Judas bastante
animada. Segundo uma placa afixada em sua parte superior, foi fundada em 14/10/1996 pelos srs. José Noberto dos Passos e Bernado da Costa Neto, sendo zeladoras as sras. Sebastiana, D.Regina e Gelta. Uma foto que possuo tirada três meses após a inauguração, mostra a gruta sem a referida placa e sem a cruz de ferro que hoje lhe encima.
Gruta da Cohab Nova, 11/08/2013.
Nossa Senhora Aparecida: na Rua Jornalista José Beline dos Santos, no Bom Pastor de Cima, Matosinhos. É parte de um complexo comunitário amplo e ainda de construção incompleta que inclui salões, cozinha, banheiros, quadra esportiva, área livre para lazer e ainda elementos religiosos formados por um grande cruzeiro luminoso (em concreto armado) e uma estátua de Jesus sob o ícone de o Bom Pastor, em cimento. A gruta é ampla e contém um pequeno patamar no interior onde fica a imagem da padroeira e jarras de flores. Uma plaquinha pintada revela que foi restaurada em 2004 e que todas as segundas e quartas-feiras há rezas de terços.
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Gruta no Bom Pastor de Cima, 12/01/2014. |
Nossa Senhora Aparecida e Nossa Senhora das Graças: situada em área muito aprazível junto a uma mata ciliar no Solar da Serra (Bairro Colônia do Marçal), numa extensão da Rua Altivo Pio Teixeira, além da Rua Maria Conceição Resende. De meados da primeira década deste século, eventualmente recebe visita de grupo de folia de Reis.
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Gruta do Solar da Serra, 29/12/2013. |
Nossa Senhora da Conceição: à guisa de um oratório, é uma pequenina
gruta sita na Bica da Prata, à beira de uma capoeira, junto a uma fonte de água
que queda do barranco. Tem na dianteira um patamar, cercado de grade. Moradores
locais que dela zelam, não puderam precisar sua data, calculando-a construída no começo dos anos 1980.
Gruta da Bica da Prata, em jan.1997.
Nossa Senhora Rainha da Paz: Senhor dos Montes, data do primeiro
semestre de 2004. Idealizada e construída por alguns moradores vizinhos,
notadamente o estudioso de nossa história e tradições Luís Antônio Sacramento
Miranda.
Gruta de N.S. Rainha da Paz, em 24/12/2013, ocasião que tinha um presépio armado em seu interior.
São Cristóvão: gruta estabelecida junto a um posto de combustíveis,
à margem da BR-265. Suas pedras foram caiadas. A frente é guarnecida de grade.
A imagem do santo padroeiro dos motoristas é muito procurada por viajantes em
geral e caminhoneiros. Havia aí missa campal, por ocasião da festa de São
Cristóvão do Bairro Matosinhos.
São Judas Tadeu: Colônia do Felizardo, 10/08/1990. Idealizada e
construída por Sebastião Tarôco e Iolanda Calçavara Tarôco. Fica na margem da
estrada que liga as colônias do Felizardo e Recondengo. Tem uma fonte de água
na entrada e tem um portão de grade.
Interior da Gruta de São Judas. 2012.
Divino Espírito Santo e Nossa Senhora do Rosário: após a malfadada
retirada dos trilhos da EFOM, ora bem onde existiu um pontilhão na saída da
estação de São João del-Rei, edificou-se nos meados da década de 1980 a Ponte
Padre Tortoriello, hoje importante via que une a Rua Antônio Rocha à Av.Leite
de Castro. Junto à sua base sobrou uma tira de terreno entre esta e a Rua
Antônio Josino Andrade Reis (“Beira da Praia”) que ficou ociosa por muitos
anos, prestando-se ao acúmulo de lixo e entulho. Minha tia pelo lado materno,
Liliam de Carvalho Santos, residindo bem defronte teve a idéia inicial de
ocupar esta área para que parasse a imundície e prevenindo a instalação de um
trailler de sanduíches, febre que poluiu o visual de toda a cidade, surgindo
novos a cada tempo. Amadurecida sua idéia veio até mim, pedindo minha ajuda
para fazer uma gruta de pedra em honra à Virgem do Carmo, de quem é devota.
Aceitei o convite mas a convenci de mudar o orago, pois enfim corria 1999, ano
que eu ainda estava com a coroa de Imperador do Divino. Seria Gruta do Divino.
Acordado, ela porém não abriu mão da mãe santa e veio a par da idéia a Senhora
do Rosário. Mobilizamos toda a comunidade e mais colaboradores além. A idéia se
concretizou em 18 de fevereiro daquele ano, quando o então vereador “Lampeão”
veio nos trazer a notícia que o espaço estava liberado para a construção. Esta
se deu com a colaboração de muitos, chegando diversas doações, mas é justo
destacar que o maior benfeitor foi o sr. João Bosco Alves, o “Bosquinho”. Cena
inesquecível pelo esforço empreendido, foi a chegada do portão da gruta,
trazido no ombro, sobre uma bicicleta pelo sr. Luthéro Castorino da Silva, uma
doação de relevo.
Foi inaugurada a
22/05/1999, com bênção do Padre Antônio Claret Albino e presença do grupo de
congo do Rio das Mortes. Seus construtores foram os pedreiros irmãos Sílvio
Raimundo Teixeira e Wander Mauro Teixeira, que à época moravam no Morro do
Guarda-mor. O primeiro terço nela rezado pela comunidade foi logo após sua
inauguração no dia de Santo Antônio, em sua honra. O cruzeiro que está ao seu
lado veio mais tarde. Foi uma oferta do “Bosquinho”. Foi bento em 04 de julho
do mesmo ano, pelo Padre Paulo César da Costa, e houve na ocasião a reza de um
terço. No dia 29 daquele mês um automóvel bateu com violência na gruta. Ela
ficou intacta mas o carro muito danificado. Em tempo, vale dizer que os
estigmas da paixão presentes no cruzeiro foram oferta do folião Geraldo Elói,
das Águas Férreas, que muitas vezes ali visitou com sua folia de Reis e as
pastorinhas de sua esposa, Júlia Lacerda. Cabem cerca de dez a doze pessoas em
seu interior dessa gruta. O piso é um calçamento de pedras (paralelepípedos). É encimada por uma cruz de
ferro feita pelo “Juca”. Ao redor tem área ajardinada e o dito cruzeiro, feito
em cimento. Este é cercado por uma mureta com grade por cima. É uma das grutas que
tem maior atividade, com terços semanais, diversas novenas e sediou ainda parte
importante da Festa do Divino, como ponto de concentração dos congados que dali
escoltavam o imperador até o Santuário de Matosinhos de 1999 a 2011. As folias
também todos os anos passam pela gruta. A programação de festas folclóricas
1999 a 2001 foi muito intensa, incluindo além do que já foi dito, Queima de
Judas, festa junina, festa do Rosário.
Gruta do Divino em plena Festa do Rosário no ano de 1999.
São Judas Tadeu: anexa à igreja do mesmo santo na Caieira (atual Bairro São Judas Tadeu), na
lateral esquerda. É sempre muito visitada e tem na lateral um velário, onde
espantosa quantidade de velas se pode encontrar durante sua festa, embora que o
ano toda possam ser vistas.
Fiéis em oração na Gruta de São Judas da Caieira no dia de sua festa.
Nossa Senhora de Lourdes: fica na localidade do Cala-boca, nos limites da urbe. Desconheço sua data. Caiada e
com portão de grade. Tem na diante uma lagoa artificial, construída às margens
da BR-265, fronteira ao trevo que dá acesso a São João del-Rei, pela Avenida
Oito de Dezembro. Não dá acesso a fiéis, ficando a imagem elevada em relação ao nível do solo. Na sua base uma abertura serve ao povo para despachar imagens
quebradas e terços arrebentados.
Gruta do Cala-boca, em jan.1996.
Nossa Senhora de Lourdes: localizada na Avenida 31 de Março, nas
Mangueiras, Colônia do Marçal. É a mais tradicional gruta da cidade e uma das
mais procuradas, com grupo de orações regular. Salvo engano é mais antiga
situada em espaço aberto. Ampla, comporta várias pessoas. Piso de pedra. Dentro
tem uma pia pequenina, de água benta. Na sua lateral há outra gruta menor, na
qual não entra ninguém, gradeada, dentro da qual fica um presépio armado de
contínuo. Encontram-se sempre aí muitos “santinhos” e orações de corrente. Essa
gruta ficava abarrotada de ex-votos, encostado nos cantos ou suspensos em
varais. Em princípio de 2004 foi construída numa das laterais uma sala dos
milagres. No segundo semestre de 2006 foi feita aí um ajardinamento simples. Um
ato de vandalismo efetivado a 23/07/1999 causou danos na grande imagem, por
conta de uma pedrada, causando indignação nos devotos (
Gazeta de São João
del-Rei, n.55, 07/08/1999). O fato lamentável se repetiu em 2012, pelo que a acessibilidade tem sido limitada.
Gruta das Mangueiras, em jan.1996, vendo-se ainda no interior os ex-votos pendurados num varal de ambos os lados internos.
São Bento: Vila São Bento, Bairro Tejuco. É de abril/ 2002.
Construção ampla. Via de acesso ao povoado da Trindade e à Serra do Lenheiro.
Gruta de São Bento, 18/08/2013.
Nossa Senhora Aparecida: Gameleira. Pouco menor que a de São Bento,
foi inaugurada em 2005, ocasião que recebeu a visita de folias de Reis.
Gruta da Gameleira, 18/08/2013.
Sagrada Família: Alto das Mercês, no final da Rua Toledo, junto a um contraforte da Serra do Lenheiro, com acesso por trilha sobre areia quartzítica, rodeado por vestígios da mineração aurífera, tais como mundéus e betas. Do lugar, bastante alto, se vislumbra uma paisagem muito bonita, de boa parte da cidade e na retaguarda de elementos montanhosos da Serra do Lenheiro. Foi inaugurada em março de 1999. A placa afixada no portão informa que foi construída por Ubaldo F.Carmo, citando apoio comunitário e de autoridades religiosas. Tem um grande cruzeiro de cimento armado na frente, sem os estigmas da paixão.
Gruta da Sagrada Família, em 11/08/2013.
Nossa Senhora de Fátima: inaugurada em 12/10/2000. Segundo um placa interna foi construída por José Luís Castro e Túlio Marco Coelho. Fica em Matosinhos, à Rua Tomé Portes
del-Rei. Tem tamanho mediano. Possui uma única imagem, com uma luz vermelha
sempre acesa sobre ela. Uma grade azul a protege. Enfeites de flores
artificiais. Portão de ferro na entrada, também azul. Entorno calçado com
ardósia, com árvore de sibipiruna (
Caesalpina peltophoroides) na lateral esquerda.
Gruta de Fátima, em 11/08/2013.
Nossa Senhora da Penha: situada na subida do Bairro Senhor dos Montes, no local denominado Caixinha, à direita de quem sobe a Rua João Magalhães.
Gruta da Caixinha, na encosta do morro, parcialmente coberta pelo cipó-imbé (araceae).
Sagrado Coração de Jesus: construída no caminho pedregoso do Alto do Presépio, próximo à descida para o Cassoco, no Centro. Comporta um número limitado de fiéis.
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Gruta do Alto do Presépio no momento que devotos entoavam uma ladainha. 27/08/2015. |
Notas e Créditos
* Fotografias e texto: Ulisses Passarelli
Inventário precioso, que bem pode subsidiar a criação de um roteiro das grutas religiosas de SJDR, a ser utilizado inclusive com fins turísticos.
ResponderExcluirQuanto à gruta de N.S. da Conceição, no final da Rua Padre Faustino, neste registro identificada como Bica da Prata, constitui marco importante de uma área geográfica de relativa atividade religiosa, que se intensifica a cada ano.
Como contribuição a este trabalho, informo que sua origem e localização certamente relacionam-se às procissões populares de N.S. Aparecida que as próprias famílias, residentes naquela região faziam, com a santa passando de casa em casa, no período de minha infãncia, há coisa de cinquenta anos. Nos séculos XVIII e XIX ali era área de mineração, com grandes betas. Dizem que o nome da rua referencia um sacerdote que muito antigamente morou naquele sítio - o padre Faustino.
Não é de se desprezar a hipótese de que, nos anos 40 ou 50, na encosta da cascatinha até hoje existente, tenha havido ali uma gruta ou oratório, pois diziam os mais antigos moradores da rua que naquele lugar havia uma bica, a que chamavam chafariz.
No alto da primeira casa da esquina, à direita, do lado de baixo, de quem desce a Rua Padre Faustino, havia um pequeno oratório,à noite iluminado, com uma imagem de Nossa Senhora da Conceição.
Construída a gruta atual, na época mencionada, tornou-se frequente a oração do terço pelas mulheres, semanalmente, ao entardecer.
Nos últimos três anos, por ocasião da Quaresma, tem sido ponto de celebração de uma missa pelo pároco da Paróquia do Pilar e reflexão sobre o primeiro e o último passos da via sacra da penitência e paixão, que marca estações também nas janelas de várias casas da Rua Padre Faustino e da Bica da Prata, com imagens, quadros, estampas flores e velas.
Recentemente, passada a Páscoa, o mesmo cortejo tem se repetido, agora como Via Sacra da Ressurreição. O lugar bucólico faz lembrar uma via sacra ecológica.
Esperando, com estas palavras, ter prestado alguma informação, deixo aqui um forte abraço.
Emilio.
Excelente sugestão a do roteiro e muito ricas suas observações sobre este ponto da urbe. Muito obrigado. Um grande abraço.
ResponderExcluirAMADA SÃO JOÃO DEL REI MINHA CIDADE NATAL!
ResponderExcluirFeliz Natal e excelente ano novo! Bem vinda ao blog e acompanhe aqui nossas tradições.
ExcluirUlisses, salve Rainha!
ResponderExcluirA gruta do Divino possui um grupo de Terço todas as quartas-feiras às 19h00, desde fevereiro/2014.
Te convido a participar, pelo menos uma vez.
In Corde Iesu, semper!
Grato pela visita e convite. Dia desses, apareço lá. Att.UP.
Excluir