Abilolado – sem juízo perfeito; doido; de baixo intelecto e ações
inconsequentes.
Andaço – virose; epidemia. O povo a vincula ao extremo climático de
frio ou calor.
Beleza de Creuza – expressão de intensificação da estética:
maravilhoso, excelente.
Boca de siri! – expressão de solicitação de segredo, silêncio
absoluto sobre um fato.
Branquinha – cachaça, aguardente de cana de açúcar.
Cagaço – medo extremado. “Passou
um cagaço”: teve muito medo.
Cheio de banca – fazendo-se de poderoso, influente, rico, sem de
fato o ser.
Deixar a vaca ir pro brejo – perder o controle de uma situação; ser
derrotado; falir.
É fria! – expressão que indica uma complicação intensificada, risco
ou prejuízo iminente: “_ não aceita esse
negócio que é fria!”
Encher o rabo – 1-embriagar-se;
2- comer demais, empanturrar-se; 3- ter um lucro imenso.
Esbudegar – estragar, dar grande desgaste a algo. “Esbudegou o carro”.
Escreveu, não leu, pau comeu! – Expressão indicativa que a
desobediência a um aviso terá consequência extremada, sem chance de novo
alerta.
Estar comendo o gambá errado – diz-se de quando se atribui a culpa
a alguém que de fato não está envolvido no caso. Culpar um inocente.
Fazer de bobo para viver – fingir-se de desentendido para se dar
bem na situação.
Gambiarra – 1- reparo ou
serviço provisório, feito sem esmero; 2- amante, concubina.
Guéri-guéri – frescura, mania, cerimonial desnecessário. “Fulano é cheio de guéri-guéri”.
Ideia de girico – pensamento ruim, ideia infrutífera, solução
inadequada para um caso, ação inconsequente.
Influenza – gripe ou resfriado, indistintamente. “Peguei uma influenza”. “Estou de influenza”. Referência ao vírus
Influenza, causador da gripe.
Lambisgóia – termo pejorativo aplicado a mulheres com baixo
conceito em educação, comportamento social, reputação, personalidade.
Lavar a égua – se dar bem numa situação; alcançar elevado lucro;
ser beneficiado. “Casou com um ricaço,
lavou a égua.”
Lestreque – ótimo; delicioso. “Almoço
lestreque”. Bonito, bem aparentado: “terno
lestreque”.
Macacoa – urucubaca, azar, agouro, zebra, indaca, ziquizira, quizumba.
Mais velho que a mãe do sarampo – antiguíssimo; muito velho.
Mala e cuia – completo; com tudo o que pertence. “Mudou de mala e cuia” (não deixou nada
para traz, levou tudo o que tinha).
Mamão com açúcar – muito bom, favorável, fácil. “A avaliação foi mamão com açúcar”.
Mandinga – feitiço, magia, ebó, trabalho espiritual. Referência à
etnia mandinga, grupo de africanos islamizados trazidos escravos ao Brasil. Mandingueiro:
quem faz mandinga.
Manduca – pejorativo: sujeito de aparência roceira, acaipirado.
Cara de bobalhão.
Maniento – cheio de manias; quem ritualiza as ações mais simples da
vida.
Manota – gafe; equívoco, embaraço.
Mão de vaca – sovina, usurário, ganancioso.
Mão na roda – facilidade, conveniência. “Sua ajuda foi uma mão na roda”.
Marafo(a) – cachaça. Africanismo. A palavra tem largo uso como
terminologia dos terreiros de umbanda.
Maritaca – prolixo. Pessoa que fala muito como uma maritaca, ave
que faz muito barulho, palradora.
Marmota – 1- feio, sem
combinação estética: “essa roupa ficou
uma marmota”; 2- atitude
execrável: “fez uma marmota no meio da
reunião”. Marmotagem: fazer marmota, comportamento ruim.
Matinada – grande barulho, gritaria, algaravia. Um dos orixás
guerreiros de umbanda: Ogum Matinada, sincretizado com Santo Antônio de Pádua.
Matraca – falação. Conversa excessiva e sem sentido. Alusão ao
instrumento idiofônico homônimo que produz muito barulho. “Fecha a matraca!” (cala a boca!)
Meganha – policial, guarda, na gíria popular, em tom um tanto
depreciativo.
Meia-colher – diz-se do pedreiro que faz serviços de má qualidade.
Pedreiro ruim. Mau profissional.
Melzinho na chupeta – o mesmo que “mamão com açúcar”. Situação muito favorável; coisa fácil demais;
caso cuja resolução não tem a menor dificuldade.
Meter a boca no trombone – contar segredos a alta voz; revelar ao
público questões ocultas; contar situações embaraçosas e comprometedoras sobre
algo ou alguém. Denunciar.
Meter a língua nos dentes – tem o mesmo sentido de “Meter a boca no trombone”. Dedurar.
Mexer em caixa de marimbondo – envolver com algo perigoso;
aproximar-se de uma pessoa perigosa; entrar numa situação arriscada.
Mingau das Almas – remela. Secreção mole e esbranquiçada, que se
forma no canto dos olhos, logo cedo ao se acordar ou nos casos de certas
inflamações. A expressão é uma comparação grosseira à oferenda dada às almas
nos dias de segunda-feira (seu dia votivo) nos cruzeiros, constituída por um
mingau de farinha de trigo bem ralo, servido num prato branco.
Miolo mole – “cabeça fraca”,
“ideia runhe”: pessoa de pensamentos
volúveis, inconstante, inconsequente.
Mironga – firmeza espiritual secreta, que não se revela a ninguém
por questão de segurança, pois em seu segredo reside sua força protetora. Pode
ser um patuá ou um objeto qualquer contendo o axé. Talismã. Mirongueiro: quem faz mirongas para si
ou por encomenda para outrem.
Miserê – miséria; falta de dinheiro, crise financeira. “Vive no miserê”.
Mistereco – pouco, quase nada, resto. “Tem de fazer as compras do mês. Só tem um mistereco de mantimento na
dispensa.”
Mixuruco – insignificante, desqualificado, de má qualidade, parco.
Mocorongo – cujo comportamento social se mostra desalinhado com as
tendências modernas e urbanas; antiquado. Referente ao caipirismo. Retrógrado.
Modo de comer – expressão que equivale a “algo de comer”,
comestível. “Estou com fome. Vou caçar um
modo de comer.”
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