Argila clara, esbranquiçada, sedimentar, untuosa, cujo nome, de origem indígena é descritivo, traduzindo-se por “barro branco”, possível corruptela a partir de "taua tinga".
É consagrada aos exus. Como tal é posta em seus assentamentos e casas de força, ofertada em alguidares.
Os garimpeiros experientes quando a encontram nas serras, logo suspeitam da existência próxima do ouro, pois creem que ela acompanha sua presença no saibro de aluvião.
A tabatinga tem uso na medicina popular, na aplicação de emplastros sobre o ventre, que se acredita tragam alívio para males viscerais.
É também usada no artesanato como matéria prima para cerâmicas claras ou à guisa de tinta para confecção de desenhos sobre peças de barro vermelho, dando um interessante contraste de cores que realçam o valor artístico da peça.
O Bairro São Judas Tadeu (“Caieira”), em São João del-Rei, é cortado pelo Córrego da Tabatinga _ nome em ocaso _ afluente da margem direita do Córrego do Lenheiro, ambos atualmente emporcalhados por dejetos.
Com este barro se prepara uma suspensão primitiva usada para pintura de muros e paredes. Foi usada como base para douramento nas igrejas coloniais, pintando-se a talha de madeira dos altares e retábulos, que depois receberiam por cima o acabamento em folhas de ouro.
Tabatinga é nome de dois municípios brasileiros, no Amazonas e em São Paulo.
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Tabatinga numa cava do velho caminho entre as Águas Gerais e o distrito de São Gonçalo do Amarante, na Serra do Lenheiro, São João del-Rei/MG. |
Notas e Créditos
* Texto e foto (2010): Ulisses Passarelli
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