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Bem vindo!Esta página está sendo criada para retransmitir as muitas informações que ao longo de anos de pesquisas coletei nesta Mesorregião Campo da Vertentes, do centro-sul mineiro, sobretudo na Microrregião de São João del-Rei, minha terra natal, um polo cultural. A cultura popular será o guia deste blog, que não tem finalidades político-partidárias nem lucrativas. Eventualmente temas da história, ecologia e ferrovias serão abordados. Espero que seu conteúdo possa ser útil como documentário das tradições a quantos queiram beber desta fonte e sirva de homenagem e reconhecimento aos nossos mestres do saber, que com grande esforço conservam seus grupos folclóricos, parte significativa de nosso patrimônio imaterial. No rodapé da página inseri link's muito importantes cuja leitura recomendo como essencial: a SALVAGUARDA DO FOLCLORE (da Unesco) e a CARTA DO FOLCLORE BRASILEIRO (da Comissão Nacional de Folclore). Este dois documentos são relevantes orientadores da folclorística. O material de textos, fotos e áudio-visuais que compõe este blog pertencem ao meu acervo, salvo indicação contrária. Ao utilizá-lo para pesquisas, favor respeitar as fontes autorais.


ULISSES PASSARELLI




quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Pontes de Matosinhos


            Nos primórdios, quando Matosinhos nem existia ainda, qualquer caravana bandeirante ao se deparar com o Ribeirão da Água Limpa, era obrigado a atravessá-lo a vau nalguma raseira. No Rio das Mortes, a transposição se fazia em jangadas improvisadas, com toscos paus cortados em sua margem.
            O aumento do tráfego de viajantes obrigaria o surgimento de melhorias. Assim que Tomé Portes se estabeleceu no Porto, providenciou canoas para a travessia, mediante paga.
            Anos depois seria construída aí uma ponte, a Ponte do Porto. Quase coetânea é a ponte sobre o Ribeirão da Água Limpa, situada no mesmo caminho.
            As demais pontes do grande bairro só surgiriam tardiamente, mais de duzentos anos depois, todas construídas no século XX, em concreto armado, ligando o Bairro das Fábricas a Matosinhos.
            Doravante passo todas em rápida revista.

 1- Ponte da Água Limpa
            Construída em madeira, no ano de 1719, segundo Augusto Viegas. Sua construção foi arrematada por 230 oitavas de ouro, pelo sargento-mor Antônio de Matos. Sebastião de Oliveira Cintra fornece uma data mais tardia: 1730. Em qualquer das opções seria mais antiga que a Ponte do Porto.
            O desleixo do poder público, sem prestar-lhe qualquer conservação e ainda a intensa ação das fortíssimas enchentes anuais, trouxeram-lhe muitos problemas na estrutura. A partir da segunda metade dos oitocentos, começam as sucessivas reformas e reconstruções. Na obra de BARBOSA (1930) é possível rastrear algumas: em 05/06/1858, a lei nº  869, autoriza despesas com a ponte; em 28/10/1869, a lei nº 1615, consigna 4 contos de réis, para a construção de uma nova ponte (que porém não chegou a ser construída); em 15/09/1870, a lei nº 1661 manda reconstruir a ponte (na verdade foi no máximo reformada).
O poder executivo numa prestação de contas à câmara em 1898, atestou ter gasto com sua conservação 1:854$710 (substituição das guardas e de todo o assoalho) [1].
Os parapeitos foram retirados em 1907 [2].


Recorte jornalístico em foto-montagem do autor, 
do acervo da Biblioteca Municipal Baptista Caetano de Almeida,
 que cita o péssimo estado da Ponte de Matosinhos (Água Limpa).

            Em 1917 “a pavorosa enchente de segunda-feira” (título de uma matéria jornalística), fez grandes estragos no bairro, inclusive nessa obra [3]:

Foram destruidas algumas casas existentes nas margens do Ribeirão Água Limpa (...) A empresa Faleiro & Cia., deu uma sessão cinematographica em beneficio das victimas da enchente gesto imitado pelo Grupo Dramatico Arthur Azevedo, dando um espetaculo sexta-feira, do qual 50% reverteu em beneficio dos flagelados.

Enchente no Ribeirão da Água Limpa que arrasou a ponte. 
Autor: não identificado.

            Foi arrastada pelas águas ainda mais uma vez, já no ano seguinte [4].
            Em 1919 parece que houve outro problema parecido, que a abalou, bem como ao pontilhão da via-férrea, impedindo as pessoas de irem a Matosinhos, pelo que, correu boato, que naquele ano não haveria festa no bairro, fato porém, que foi desmentido e o evento correu dentro da normalidade.
            No ano consecutivo o poder público substitui os pranchões da ponte [5].
           Em 1954 a imprensa local acusava o prefeito de ter descuidado dessa benfeitoria e também de outra, esta no distrito do Rio das Mortes [6]: “o desmazelo do senhor prefeito clama aos céus. Esta questão das pontes imprestáveis é uma calamidade. Aqui mesmo na cidade temos uma importantíssima, que espera ser consertada para servir ao povo de Chagas Dória e Vila Santa Terezinha”.
            Cinco anos mais tarde a câmara solicitou ao prefeito reforma imediata da Ponte de Matosinhos ou sua interdição [7].
            Sua demolição veio nos anos setenta, na administração Lourival Gonçalves de Andrade. Em seu lugar construiu-se uma passarela (pequena ponte que só dava passagem a pedestres) e que desde então, ficou conhecida por Ponte Beltrão(tinha aliás uma placa de metal com esse nome, do lado da Praça Pedro Paulo). O nome veio em memória de um antigo morador que residia nas suas proximidades, o sr. Djalma Beltrão. 
Na primeira administração municipal de Nivaldo José de Andrade, no começo dos anos 1990, foi removida a passarela e construída uma ponte no mesmo lugar, larga, de concreto armado, piso asfaltado, guardas de tubos de ferro. É a que ali vemos atualmente.


Ponte Beltrão, em 11/08/2013. 

 2- Ponte do Porto
            Em 11/07/1730, a câmara de São João del-Rei escreveu ao Rei Dom João V, solicitando a construção de uma ponte sobre o Rio das Mortes.
            A construção só viria cinco anos depois, às custas de um só homem, morador da Fazenda do Córrego, próximo à Serra de São José, cuja sede ainda existe. Ali residiu no auge da mineração aurífera, o riquíssimo minerador português Marçal Casado Rotier, dono de nada menos que todo o território do atual município de Santa Cruz de Minas e ainda da área da COHAB e do núcleo colonial italiano de São João del-Rei (Colônia do Marçal, se diz ainda hoje, em memória de seu nome). Foi juiz ordinário. Era filho de Manoel Álvares e de Margarida Rotier. Faleceu em 31/05/1767. Foi sepultado na capela-mor da Matriz de Santo Antônio em Tiradentes, de cuja Irmandade do Santíssimo foi provedor, informa CINTRA (1982).
Pois bem, às suas expensas, construiu-se uma ponte sobre o Rio das Mortes em 1735, no Porto Real da Passagem, da duríssima madeira da árvore anacardiácea aroeira-do-sertão (Astronium urundeuva). A obra ficou conhecida por “Ponte do Porto”, situada portanto no limite de Matosinhos.     
            A obra extraordinária para a época era muito sólida, com o madeirame de sustentação firmemente encravado dentro da água, de tal sorte que sucessivas enchentes não a conseguiram abalar. Teria segundo tradição oral elegante estilo europeu, com telhado colonial [8].



            Marçal cobrava pedágio para travessia, com preços diferentes para gentes e alimárias. Uma parte da taxa era revertida à coroa portuguesa como imposto.
            Em 15/07/1736, a câmara convoca a população para dividir despesas no sentido de resgatar a ponte particular para benefício público. Diversas pessoas contribuíram. CINTRA (1982) informa que em 08/05/1737 ...

a câmara, tendo em vista despacho do Sr. Ouvidor e Corregedor, transfere o depósito de três mil cruzados da mão de José Alves de Mira para a de Antônio Francisco Portela, que recebeu a quantia equivalente de oitocentas oitavas de ouro limpo, pertencente a Marçal Casado Rotier – “preço porque foi avaliada a ponte que se acha sobre o Rio das Mortes”.

O mesmo autor esclarece que em 17/10/1744 foi feito o resgate, tornando-se bem público e as despesas de reparo correm por conta da câmara.
           A cobrança da travessia continuou porém e passou por diferentes contratadores. HENRIQUES (2003) forneceu a relação completa dos administradores do Porto, com as respectivas datas, durante o período de um século, desde Tomé Portes até 1801, ano a partir do qual, segundo esse estudioso ... “parece que a administração regional passou a cuidar da ponte, porque não aparecem mais contratos”.
É sabido que houve tentativas de abolir esse pedágio que, em suma, pesava sobre o povo da região que dependia da ponte com freqüência e não só de vez em quando como os viajantes. O cronista inglês LUCCOCK (1975), passou por São João del-Rei e Matosinhos em 1818 e anotou a seguinte observação a respeito:

A chuva aqui vem sempre do sul, e, por mais pesadas que pareçam as nuvens no quadrante oposto, as chuvas correspondentes jamais ultrapassam o Rio das Mortes. Existe um provérbio que diz que elas não podem pagar o pedágio instalado na ponte que transpõe o rio e o povo o repete em tom de sarcasmo.

            Não obstante a solidez da obra ela esteve exposta às fortíssimas enchentes por mais de 150 anos sem que lhe dessem manutenção alguma. Sem conservação do poder público, no fim do século XIX começam a surgir os problemas.
            A imprensa, em 1877, noticiava a sua reforma. Alertava que outras pontes municipais, sobre o Rio das Mortes, careciam também de concertos urgentes [9]. Dezenove anos depois, viria outra obra [10]: “o governo poz em hasta publica, até o dia ... de maio do corrente, os concertos da ponte do Porto, sobre o rio das Mortes, nesta cidade, orçados em 11:020$645”.
O poder executivo numa prestação de contas à câmara, em 1898, atestou ter gasto 20$000 com a conservação dessa obra [11].
Em 1916 haveria outra reforma [12]:

Segundo edital que vimos publicado no ‘Minas Geraes’ estão em hasta publica até o dia 5 de abril os concertos necessarios na ponte do Porto, sobre o rio das Mortes, nesta cidade, orçados em 6:276$723. Na secretaria da Agricultura, em Belo Horizonte, e na Camara Municipal desta cidade, os interessados encontrarão o orçamento das obras e as informações que desejarem.

            Mais outra é citada em 1920, junto com o concerto de várias outras pontes [13]


Ponte do Porto já sem o telhado mas ainda com a guarda, embora simplificada, sem treliça.
Foto: cortesia de Osni Paiva. Autor e data não identificados.
Obs.: esta fotografia ilustrou o livro de José Cláudio Henriques, "Bairro de Matosinhos: 

berço da cidade de São João del-Rei" e também consta no site O Grande Matosinhoscuja
leitura recomendamos. 

Todas essas reformas parciais e paliativas não resolveram a fundo o problema. No mais, ela por mais resistente que fosse, jamais foi projetada para suportar o trânsito pesado de caminhões e ônibus, inexistentes quando de sua construção. E de tal sorte, que, somadas às cheias, a ponte chegou a um grau intenso de degradação, já a muito sem telhado ou guardas, com alto índice de acidentes, causando anseios na população que dela servia [14]: “atualmente seu estado é precário. O povo aguarda a construção da nova. Será mais um traço de união entre as duas cidades irmãs”.
            Quando a construção iniciou-se, pondo em rebuliço a população de São João, Santa Cruz e Tiradentes, o jornal O Inconfidente, nº6 em dezembro de 1976, noticia em primeira página a sua construção. O Sabiá, nº4, de 05-13/05/1977 informa o início das obras. De forma alvissareira comenta também O Inconfidente nº 9, de julho de 1977 que o ritmo acelerado da obra estava mais adiantado que o cronograma planejado. 
                A nova ponte ainda permanece em uso. Como seus passeios são muito estreitos, não dando boa segurança para os pedestres, ainda mais diante do trânsito pesado que suporta, foram construídas duas passarelas que o alargaram, guarnecidas de corrimão e tela de alambrado de ambos os lados. A primeira delas, feita do lado montante, foi feita meados de 2004, a partir de um convênio entre o Governo do Estado e a Prefeitura Municipal de Santa Cruz de Minas. A obra, no valor de R$49.444,00 alargou o passeio de 70 cm para 1,70 m (Gazeta de São João del-Rei, 15/05/2004). Consiste a passarela em tirantes de ferro sustentados por mão francesa, sobre o qual se apóia a chapa de piso. A passarela do lado jusante veio bem mais tarde, quase uma década depois. 
                     Contam as narrativas orais que ainda em meados do século XX barcaças construídas em madeira desciam o Rio das Mortes trazendo lenha. Os seus condutores, impulsionando-as à força braçal de varejões (varas de longo tamanho), a manejavam até a ancoragem no Porto, junto à antiga ponte local, onde descarregavam. A lenha seguia para venda na cidade, acondicionada em lombo de burro (animais cargueiros) e em carros de bois, como notaram antigos moradores locais, como José Cândido de Salles e Luís Pereira dos Santos. 

Rio das Mortes, a atual Ponte do Porto e sob ela tocos, esteios de madeira
da velha ponte colonial, vestígios históricos da época de Marçal Casado Rotier.
Fotografia tirada na seca de 1998. 

3- Ponte do Curtume
            Das pontes erigidas no século XX em Matosinhos essa era a mais antiga. Assim denominada por ligar o extinto Curtume Tortoriello, sito onde está a rodoviária e imediações, à Praça Pedro Paulo. Nesse local era refugada a casca do barbatimão (árvore leguminosa, Stryphnodendrum barbatimao, rica em tanino) já usado na atividade de curtir couro, antes da construção das casas populares. Ali ele era queimado.


Ponte do Curtume.
Foto de autor e data não identificados, 
gentilmente cedida digitalizada por Silvério Parada.

Tinha as guardas muito altas, em arco, que lhe conferiam aspecto característico e único na cidade. Não eram poucas as crianças que brincavam nessas arcadas.
Sofreu a princípio dois danos estruturais. Uma primeira enchente descalçou sua cabeceira de um lado. Com apoio de macacos da ferrovia, foi escorada e reparada. Mais tarde novo abalo, motivado por obras indevidas no canal do Córrego do Lenheiro, fazendo-a tomar uma inclinação, do lado contrário do primeiro defeito. Saiu do prumo e do nível[15]. Um jornal confirmou a notícia oral falando em mais de dois metros de inclinação, devido a uma draga que nivelou o leito do córrego afetando sua base[16]. As chuvas subsequentes teriam agravado o problema.
Uma vez concertada, uma tromba d’água que atingiu a cidade a 15 de janeiro de 1978, danificou-a ainda mais uma vez. Uma de suas pistas foi interditada. Padre Jacinto Lovatto abrigou os flagelados em Matosinhos e providenciou alimentação para eles [17].
            Foi interditada para carros por bom tempo, atravessando-a apenas carroças, bicicletas, pedestres e motocicletas.
Sob ameaça de desabamento, foi demolida, à época aproximada que para suas imediações o Prefeito Otávio Neves construía o novo terminal rodoviário, tirando-o do centro da cidade (Prainha).
Algum tempo depois foi construída em seu lugar uma nova ponte, de piso abaulado, guardas baixas tipo murada, que é hoje uma das mais importantes no trânsito da cidade. Inaugurada em 1984.
Ponte que substituiu a do Curtume. 11/08/2013. 

4- Ponte da Rua Cristóvão Colombo
            Situada entre a Praça Pedro Paulo e a Rua Cristóvão Colombo, acima da antiga Ponte do Curtume, ligando Matosinhos à Rua Aureliano Pimentel. Data de meados da década de 1990, em substituição a uma passarela que aí havia (dos anos setenta) e que por duas vezes foi parcialmente destruída por enchentes, precisando reparos.
            Tem grande largura, pavimento asfáltico, guardas baixas, de canos de ferro soldados e passeio estreito. Dá mão dupla.

5- Ponte da Rodoviária
No começo dos anos 60, do século passado, houve uma obra de dragagem e retificação do Córrego do Lenheiro e do Ribeirão da Água Limpa. No fim dessa época foi construída a ponte de concreto armado entre Matosinhos e o Bairro das Fábricas, ligando-se à Rua Frei Cândido, sobre a confluência dos fluxos d’água supracitados. Piso plano.
 Foi construída em paralelismo à do Curtume, poucos metros abaixo. Apontada por CHRISTÓFARO & PALHARES (1941) como obra concretizada graças a Tancredo Neves. Essa ponte em razão da proximidade do terminal rodoviário, ali estabelecido desde 1982, ficou conhecida como Ponte da Rodoviária.
            O aterro da cabeceira dessa ponte pelo lado de Matosinhos cedeu a 17 de janeiro de 2005. Foi restaurado com concreto armado e ainda feito obras de drenagem [18].
            Tem hoje grande importância para o fluxo de veículos automotivos.


Ponte da Rodoviária. 11/08/2013. 

6- Ponte Luís Baccarini
            Poucos a conhecem por esse nome oficial. É a popular “Ponte dos Cachorros”, seu nome corriqueiro. Datada de 1978. Liga a Vila Nossa Senhora de Fátima (Grande Matosinhos) ao Bairro das Fábricas.
Obra muito criticada pela qualidade. Estreita, só dá passagem a um veículo por vez, tendo as rampas de acesso muito salientes, sobretudo a do lado de Matosinhos, íngreme ao extremo e que não permite a visão adequada do veículo que vem do lado contrário. Dizem as línguas ferinas que o pejorativo apelido dessa ponte se justificaria pela qualidade da mesma, adequada para travessia de cães, mas não de pessoas.

"Ponte dos Cachorros". 11/08/2013. 

7- Ponte Presidente João Pinheiro
            Popularmente conhecida por Ponte do Athletic, devido à proximidade com o “Estádio Joaquim Portugal”, do Athletic Club. Construída em 1942, ligando a Praça Pedro Paulo à Rua General Aristides Prado. Seu piso era abaulado e tinha pequenos postes na cabeceira da guarda.
            Teve de ser refeita. Informou-me meu pai, David Passarelli (fev.2008), puxando pela memória, que praticamente foi toda refeita. Segundo seu depoimento, à montante foi feito um dique de pedras no Ribeirão da Água Limpa, represando-o o que fez a alegria das crianças, pois nesse poço artificial vinham nadar, posto que, a esse tempo, as águas ainda eram limpas. Abaixo do dique, na raseira cascalhada a propósito, os carros e carroças atravessam o leito a vau rumo a Matosinhos.
            A nova ponte foi construída na administração Milton de Resende Viegas (1967-1971).
            Em janeiro de 2014 sofreu um afundamento na cabeceira junto à Rua Aristides Prado.
             
Ponte Presidente João Pinheiro. 11/08/2013.

8- Outras pontes
Uma outra ponte, dentro do território do grande bairro, está sobre o Ribeirão da Água Limpa na pista da rodovia federal BR-265, no limite do Pio XII. Apelidada Segunda Ponte, no que referencia a “Primeira”, considerada a que está cerca de 1 Km adiante, sobre o Córrego do Cala-boca. Datam da construção da rodovia, em meados dos anos sessenta.
Na Avenida Santos Dumont há uma pequena ponte pênsil, chamada Ponte Romildo Giarola, sobre o Ribeirão da Água Limpa. 


Ponte pênsil em Matosinhos, ora abandonada e em estado precário. 
 11/08/2013. 

Adiante existe uma outra bem maior, a Ponte do Ouro Preto, feita de pranchões de madeira, com vias de acesso em estrada não pavimentada [19]. Sobre ela foi construída em 2012 uma outra, de peças pré-moldadas em concreto, corrimões de canos de ferro e guarda de tijolos. As vias de acesso foram asfaltadas. Localiza-se no Ribeirão da Água Limpa, imediatamente a jusante da confluência do Córrego do Cala-boca. 


Ponte do Ouro Preto. Notar a ponte de concreto montada por cima da de madeira. 
11/08/2013.

Em 2005 foi anunciado pelo governo estadual, a autorização para construção de uma ponte sobre o córrego que corta a Avenida Santos Dumont, em Matosinhos, com duas pistas e 25 metros de extensão, prevista para 120 dias de execução [20]. Contudo só ficou pronta no final de 2012. Liga aquela avenida à Vila Belizário e Caieira (atual Bairro São Judas Tadeu).


Ponte entre a Avenida Santos Dumont e a Vila Belizário. 
 11/08/2013. 



Notas e Créditos

* Texto: Ulisses Passarelli.
** Fotografias e acervo: Ulisses Passarelli, exceto indicação em contrário nas legendas.
*** Para indicação das fontes usadas na pesquisa acesse neste blog:

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS





[1] - S. João d’El-Rey, n. 3, 22/02/1899.
[2] - A Opinião, n. 46, 11/12/1907.
[3] - O Zuavo, n. 99, 21/01/1917. Sobre parte da história dessa ponte ver: PASSARELLI, Ulisses. Ponte da Água Limpa. O Grande Matosinhos, n. 47, set. / 2003.
[4] - A Tribuna, n. 195, 24/03/1918.
[5] - O S. João d’El-Rey, n. 6, 22/04/1920. A edição n. 11, de 27/05/1920 desse jornal, relata um auxílio do poder público municipal da ordem de 100$000 para a construção da “ponte baixa” de Matosinhos, que não pude apurar qual era.
[6] - O Correio, n. 2723, 09/05/1954.
[7] - O Correio, n. 2961, 07/06/1959.
[8] - Também sobre o Rio Elvas, no caminho que vinha de Barbacena a São João del-Rei, tinha uma ponte dessas, registrou Richard Burton, em 1867: “há aqui uma ponte no estilo da Minas antiga, com cumieira central, enorme balaustrada e teto de pesadas telhas”.
[9] - Arauto de Minas, n. 1, 08/03/1877.
[10] - O Resistente, n. 54, 21/05/1896. As obras na ponte não agradaram pela má qualidade dos serviços, atestou o mesmo órgão da imprensa, na edição n. 66, de 26/11/1896.
[11] - S. João d’El-Rey, n. 3, 22/02/1899.
[12] - O Zuavo, n. 76, 20/02/1916.
[13] - O São João del-Rei, n.6, 22/04/1920.
[14] - O Inconfidente, Tiradentes, n. 13, ag. / 1976 
[15] - Sobre os danos a informação foi gentilmente dada por Silvério Parada, abr./2006 e reconfirmadas 7 anos mais tarde pelo mesmo. 
[16] - Ponte da Cadeia, n.275, 10/02/1972.
[17] - Tribuna Sanjoanense,  n. 202, 20/01/1978.
[18] - Gazeta de São João del-Rei, n.334, 22/01/2005.
[19] - Observação pessoal em 21/06/2009.
[20] - Gazeta de São João del-Rei, n. 361, 30/07/2005.  

2 comentários:

  1. Parabéns pela matéria sobre a Colônia do Marçal; qual sou descendente e não sabia a origem. Também a Ponte do Porto, onde tive oportunidade de atravessá-la já quase em ruínas quando garoto. Obrigado

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    1. Grato pela visita e comentários. Volte sempre a visitar este blog. Espero que as postagens possam ser úteis.

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