Um novo tempo na vida religiosa do bairro iniciou-se com a vinda do pároco padre José Raimundo da Costa, empossado em 31 de janeiro de 1991. Com visão de vanguarda e postura progressista, conforme os documentos e orientações mais modernos da Igreja, sabendo equilibrar evangelização, comunicação, fé, política e cultura, imprimiu fortes mudanças atualizadoras na estrutura e nos rumos paroquiais.
Com intensa atividade coordenou a criação de muitas equipes de trabalho, inclusive a tão importante campanha de instalação do canal televisivo da Rede Vida, para o qual tanto colaborou de forma incansável e indelével o sr. Antônio da Silva Serpa; criou a Pastoral Social ; reorganizou a Cooperativa dos Pobres e criou a Sopa Bom Jesus, o Clube de Mães, o Centro Cultural e Social da Paróquia, a Livraria Paroquial, informatizou os serviços eclesiásticos locais, promoveu profundas mudanças no sistema de comunicação da paróquia com uma série de programas radiofônicos e alguns televisivos.
Fez a importante divisão da paróquia em várias comunidades: cada uma tem seu coordenador e para reger a todas há uma coordenação geral. Eis portanto que a criação destas unidades articuladas e harmônicas favoreceu o aparecimento de várias festas de menores proporções consagradas aos patronos específicos, intensificando a vivência comunitária.
Apostando na eficácia da comunicação, o outdoorconvencional que ficava fincado na lateral esquerda do adro, e que por diversas vezes tivera de ser reparado, foi substituído por um mais resistente, luminoso e com duas faces, onde se colocam renovadamente, mensagens e lemas/temas relevantes. Igual painel, em menor proporção foi instalado na entrada do Centro Social e Cultural da Paróquia, sito na mesma praça. Matosinhos tornou-se a primeira paróquia da diocese a ter semanalmente seu próprio programa radiofônico e televisivo, além da transmissão ao vivo da santa missa, semanalmente. A força da aposta na comunicação, levou ainda à montagem de estúdio próprio de gravação, numa das salas do santuário.
Outro pioneirismo desta paróquia é o evento conhecido por Grito do Excluídos, uma marcha pelas ruas da cidade clamando por melhores condições de vida para a população e em favor da consciência política, desde 1997, sempre com crescente participação.
Foi feita a capela do Santíssimo Sacramento numa sala lateral da matriz em 2002. Neste mesmo ano procedeu-se à reforma completa da parte interna da matriz e a instalação de bebedouros na lateral da sacristia. Reformou também ao longo de seu paroquiato as antigas imagens da igreja e valorizou a tradição do ex-votos com a reforma da "Sala do Milagres", assim popularmente chamada.
São Libório. 2013.
No ano seguinte reformou-se a parte externa, com cuidados estruturais, elétricos e de estilo, colocando-se uma barra de acabamento em pedra ao redor de toda a construção e os azulejos mesclados de azul e branco, a que tantos atribuíam mal gosto, foram pintados de cinza, dando mais uniformidade ao conjunto. As portas e vitrais ganharam reforma com soldas, troca de vidros quebrados e pintura. Houve ampliação dos banheiros; derrubada da mureta que dividia o adro em duas metades na lateral-posterior do templo. A simples medida de se construir rampas na entrada da igreja, foi um sinal de respeito às dificuldades de locomoção dos fiéis que dependem cadeiras de rodas, facilitando seu acesso.
Em setembro de 2002 a matriz é elevada a santuário diocesano.
É criada uma sala sobre o batistério, ora ponto de reunião dos festeiros do Divino.
No segundo semestre de 2004 são construídos dois banheiros para portadores de necessidades especiais, um masculino e outro feminino. O santuário, com pintura nova (externa e interna) se completa neste tempo com a reforma no prédio da Catequese, nos fundos do adro: as salas ganharam portas, reparos no reboco e pintura. Tem banheiro próprio. Os ladrilhos da entrada principal, à frente da porta foram substituídos por ardósia. Os postes e grades do adro foram pintados. De 2006 para 2008 novas melhorias: sinalizações para os fiéis, lixeiras no adro, telado protetor dos vitrais do fundo do santuário (útil contra eventuais depredações) e igualmente ali toldos para diminuir a entrada e luz, eliminando o incômodo reflexo que vinha através deles para dentro da igreja. Ainda houve o fechamento com alambrado da traseira dos banheiros, o que até que se construam mais outros sanitários naquele espaço, veio em boa hora. Foi colocado um tablado junto ao presbitério para posicionar os câmeras durante as filmagens das celebrações. Parte da “sala dos milagres” foi usada para o aparelhamento de comunicação. Ainda nesse tempo foi instituída a equipe de acolhida ao santuário. Em seu conjunto o santuário melhorou em conservação, aspecto e funcionalidade.
Padre José Raimundo permaneceu como pároco até março de 2011, quando foi transferido para a paróquia de São José Operário, no Tejuco e o pároco de lá para Matosinhos, Padre José Bittar. Padre José Raimundo também foi reitor do santuário e coordenador de pastorais da diocese . As transferências envolveram também o vigário, Padre Álisson, que foi para o Pilar, tendo em seu lugar em Matosinhos o Padre Rondinelli Cristino (*).
É importante frisar que neste trabalho desempenhado que verdadeiramente mudou a fisionomia e o funcionamento paroquial, irradiando muito além de seus limites eclesiásticos, foram fundamentais as ajudas prestadas por tantos abnegados devotos que assumindo a dianteira de comunidades, pastorais, movimentos equipes, comissões, etc., deram respaldo à implantação de todo este projeto de fé.
Há de se registrar também igual apoio e participação dos vigários paroquiais que o coadjuvaram. Tiveram outrossim grande compreensão pelas dificuldades encontradas pelos festeiros do Espírito Santo para manterem o jubileu do Divino com a dignidade necessária:
- Padre Nélio José dos Santos (1998-9);
- Padre Paulo Marcelo Daher Gomes Filho (1999-2000);
- Padre Dirceu de Oliveira Medeiros (2002-4);
- Padre Odair José de Carvalho (primeiro semestre de 2004);
- Padre Geraldo Magela da Silva (dez./2004)
- Padre Állison André Sacramento (nov./2008)
Com a efervescência causada pela reestruturação do jubileu do Divino, as festas locais em geral voltaram a ser destaque na imprensa. Uma fotografia nas páginas da Gazeta de São João del-Rei, destacada como a foto da semana, mostrou uma multidão enorme ao redor do andor do padroeiro. Eis sua legenda : “terça, 14, foi feriado em Matosinhos. Milhares de fiéis saíram às ruas em procissão para celebrar o Jubileu do Bom Jesus de Matosinhos”. A partir de então as notícias sobre as comemorações tornaram-se frequentes na imprensa escrita, somando-se ainda a força da imprensa falada e televisiva.
É mister não esquecer uma mudança digna de registro: no dia maior da festa de São Judas Tadeu do ano de 2009, na Caieira, o bispo diocesano anunciou na missa campal a criação de uma nova paróquia, sob o nome deste santo, no referido bairro, desmembrada da franciscana. A mudança na jurisdição eclesiástica teve como limite geográfico o Ribeirão da Água Limpa (margem esquerda) e com isto a Comunidade de Santa Clara, até então pertencente à de Matosinhos, ficou para a Paróquia de São Judas Tadeu. Também a Gruta do Divino foi por ela englobada. O primeiro pároco tomou posse a 20 de dezembro do mesmo ano, Padre Claudir de Possa Trindade.
Por fim vale ressaltar as comemorações do cinquentenário da paróquia de Matosinhos em 01/01/2010, com missa solene no santuário presidida pelo bispo. O evento teve cobertura da imprensa televisiva, radiofônica e escrita .
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Saída da Procissão do Divino em 2009.
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Notas e Créditos
* Posteriormente, durante a gestão do Padre José Bittar, vieram outros vigários: Padre Admilson Heitor de Paiva e depois, Padre Geraldo Sérgio França.
**Texto: Ulisses Passarelli
*** Fotos: São Libório, Iago C.S. Passarelli; procissão, Ulisses Passarelli.
- As principais realizações dos seus vinte anos à frente da paróquia do Senhor Bom Jesus de Matosinhos foram resumidas na edição especial do informativo paroquial Comunidade, de março de 2011.
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