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Bem vindo!Esta página está sendo criada para retransmitir as muitas informações que ao longo de anos de pesquisas coletei nesta Mesorregião Campo da Vertentes, do centro-sul mineiro, sobretudo na Microrregião de São João del-Rei, minha terra natal, um polo cultural. A cultura popular será o guia deste blog, que não tem finalidades político-partidárias nem lucrativas. Eventualmente temas da história, ecologia e ferrovias serão abordados. Espero que seu conteúdo possa ser útil como documentário das tradições a quantos queiram beber desta fonte e sirva de homenagem e reconhecimento aos nossos mestres do saber, que com grande esforço conservam seus grupos folclóricos, parte significativa de nosso patrimônio imaterial. No rodapé da página inseri link's muito importantes cuja leitura recomendo como essencial: a SALVAGUARDA DO FOLCLORE (da Unesco) e a CARTA DO FOLCLORE BRASILEIRO (da Comissão Nacional de Folclore). Este dois documentos são relevantes orientadores da folclorística. O material de textos, fotos e áudio-visuais que compõe este blog pertencem ao meu acervo, salvo indicação contrária. Ao utilizá-lo para pesquisas, favor respeitar as fontes autorais.


ULISSES PASSARELLI




domingo, 16 de dezembro de 2012

A festa do Sr. Bom Jesus de Matosinhos em Portugal

Isabel Lago informa que a festa do Bom Jesus de Matosinhos, na cidade portuguesa de Matosinhos, tem o nome de romaria. Em sua obra me baseio para fazer o breve resumo que se segue.

Inicialmente processava-se num só dia, a terça-feira após Pentecostes (segunda oitava). No início do século XX, ocorria de domingo a terça e a partir de seus meados, passou a durar doze dias: nove antes de Pentecostes, o próprio domingo do Espírito Santo, a segunda e a terça subsequentes.

A novena é matutina, anunciada por foguetes. Na véspera do Divino, o grupo folclórico chamado zé pereira[1] marcha batucando pelas ruas. Eram há alguns anos acompanhados por grandes bonecos chamados gigantones, que se moviam por um homem que se metia embaixo daquela fantasia. 

A igreja é primorosamente enfeitada.

Meia-noite é solto foguetório especial.

No Domingo de Pentecostes, finda a celebração das 9 horas, as bandas de música adentram pelo “arraial” (lugar do festejo) e se apresentam. 

“Segunda-feira à tarde, após as vésperas solenes, lançava-se o fogo dos bonecos. O dia grande sempre foi a terça-feira”, diz a autora.

Há a presença de muitos romeiros e pagadores de promessa. Celebra-se uma missa solene e o sermão tem destaque. 

Acontecia no passado o “namoro à carreira”, forma tradicional de flerte. 

À tarde, mais fogos de artifício. Há parque de diversões e muitas barracas, vendendo comes e bebes e louças de barro. 

Há pouco mais de vinte anos a romaria foi incluída nas festas da cidade, tendo a partir de então inseridas várias outras atividades, culturais e desportivas. 

Dos anos noventa para cá foi incluída uma procissão do Senhor do Padrão. 

A imagem primitiva desde 1967 não sai mais em procissão, devido às condições de conservação [4]. 

Notas e Créditos

* Texto: Ulisses Passarelli


[1] - Os zé pereiras foram introduzidos no Brasil pelos portugueses mas aqui se adaptaram para o carnaval, única ocasião em que se apresentam. Hoje são muito raros. Sobrevivem dentre outros locais em Ouro Preto, Rio Novo, Mar de Espanha, Ritápolis, São João del-Rei. A respeito ver: PASSARELLI, Ulisses. Aspectos Folclóricos do Carnaval São-Joanense. Tradição, Subcomissão Vertentes de Folclore, SJDR, fev. / 2000. n. 5. p. 3-5.
PASSARELLI, Ulisses.  Enterro do Zé Pereira. Carranca. Belo Horizonte, Comissão Mineira de Folclore, jul. / 2001. n. 69.
[4] - O Grande Matosinhos, n. 31, maio / 2000 e n. 32, jun. / 2000. 

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