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Bem vindo!Esta página está sendo criada para retransmitir as muitas informações que ao longo de anos de pesquisas coletei nesta Mesorregião Campo da Vertentes, do centro-sul mineiro, sobretudo na Microrregião de São João del-Rei, minha terra natal, um polo cultural. A cultura popular será o guia deste blog, que não tem finalidades político-partidárias nem lucrativas. Eventualmente temas da história, ecologia e ferrovias serão abordados. Espero que seu conteúdo possa ser útil como documentário das tradições a quantos queiram beber desta fonte e sirva de homenagem e reconhecimento aos nossos mestres do saber, que com grande esforço conservam seus grupos folclóricos, parte significativa de nosso patrimônio imaterial. No rodapé da página inseri link's muito importantes cuja leitura recomendo como essencial: a SALVAGUARDA DO FOLCLORE (da Unesco) e a CARTA DO FOLCLORE BRASILEIRO (da Comissão Nacional de Folclore). Este dois documentos são relevantes orientadores da folclorística. O material de textos, fotos e áudio-visuais que compõe este blog pertencem ao meu acervo, salvo indicação contrária. Ao utilizá-lo para pesquisas, favor respeitar as fontes autorais.


ULISSES PASSARELLI




quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

Industrialização em Matosinhos

         A vida industrial do bairro foi tratada por HENRIQUES (2003) em sua obra, referência indispensável. Por isso apenas vou pincelar o assunto.

O bairro também ganhou um perfil industrial. Aos poucos diversas fábricas ali se instalam, dando-lhe o caráter progressista, a partir das primeiras décadas dos novecentos. 

Propaganda do Sabão Radio, fabricado em Matosinhos na década de 1930.

O lançamento de impostos anuais de indústria e profissão, para o exercício de 1902, pela câmara municipal, acerca de Matosinhos, registrou apenas quatro referências (e seus respectivos valores em réis) [1]:

-          José Antônio da Silva  ---------------------------   66$000
-          Antônio J. da Silva e Souza --------------------- 110$000
-          Antônio J. da Silva e Souza ---------------------     5$000
-          Manoel Vieira Boa Vista ------------------------    66$000

No mesmo lançamento com relação a 1907, constou para Matosinhos [2]:

-          1ª  classe: Almeida & Arêas
-          2ª classe: herdeiros de Antônio Justino da Silva e Souza
-          3ª classe: José Antônio das Neves, Antônio José da Silveira
-          4ª classe: Antônio Joaquim da Silva, José Antônio da Silva

            Fabricava-se vinho na atual Vila Santo Antônio. Eis o anúncio [3]: “vinho de mesa fabricado por José Augusto da Silva, Chácara Santo Antônio, ‘Vinho Mineiro’, Matosinhos, Tel.153. Vende puro leite de vacas meio estabuladas, galinhas, frangos, ovos e outros produtos chacareiros”.

A tecelagem do empresário João Lombardi era notória [4]: “merece destaque a nova Fabrica de Tecidos Matosinhos S/A, situada no bairro de Chagas Doria, um dos grandes estabelecimentos de São João del-Rei”.

Anúncio jornalístico de fábrica de tecidos em Matosinhos.


            Em 1941 um sinistro atingiu uma tecelagem [5]: “pavoroso incêndio verificou-se na madrugada de ontem, em Matozinhos, num depósito de algodão em rama da fabrica de tecidos Dom Bosco, situado nas proximidades da estação da Oeste de Minas”.Os sinos da capela repicaram o toque de alarme acordando os moradores e caminhões buscaram água no Ribeirão da Água Limpa para debelar as chamas.

            Com o passar dos anos as fábricas foram fechando as portas. A economia que no início do século XX experimentou uma fase industrial passou a comercial nas suas décadas finais. O setor de prestação de serviços também ganhou bastante força. Hoje existem algumas micro-indústrias em Matosinhos.


Notas e Créditos

* Texto e fotomontagens de recortes jornalísticos: Ulisses Passarelli
** Fonte de pesquisa de jornais antigos de São João del-Rei: acervo da Biblioteca Municipal Baptista Caetano d'Almeida, acesso pelo site.




[1] - O Combate, n. 115, 17/10/1901.
[2] - O Repórter, n. 41, 11/11/1906.
[3] - Indicador Urbano de S. João del-Rei. São João del-Rei, Castello, 1934.
[4] - Diário do Comércio, n. 55, 10/05/1938.
[5] - Diário do Comércio, n. 906, 09/03/1941. 

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