"Aprecie com moderação"
Antes de tudo é sempre útil alertar que este blog registra as práticas de uso de substâncias como remédio não para recomendar seu uso, mas tão somente por seu valor etnográfico. Da mesma forma um texto dedicado à cachaça não é um incentivo ao consumo e somos solidários ao tratamento do alcoolismo. A cachaça aqui figura por seus desdobramentos culturais no campo do folclore brasileiro.
Todo mundo diz e, de fato, a cachaça é a bebida nacional. Aguardente de cana de açúcar, que o povo conhece Brasil afora por várias alcunhas. Em São João del-Rei e municípios vizinhos, por exemplo, é corrente a sinonímia: birinight, branquinha, marvada, canjibrina, moça branca, parati, danada, marafa (o), pinga, uísque de pobre, água que passarinho não bebe, caninha. Beber cachaça (e oportunamente outras bebidas) é... : matar a sede, tomar um gole, chamar uma no peito, molhar a palavra, tirar a poeira da garganta, mandar uma pra dentro, lubrificar a goela, afogar as mágoas, bochechar uma, tomar umas cana (*)... e tantas outras expressões pitorescas. O bebedor inveterado desta aguardente é o cachaceiro, pingaiada, pudim de cachaça.
Tantas palavras e expressões para indicar uma coisa só revelam indubitavelmente sua imensa popularidade.
A história dessa bebida se mescla de forma indelével à história nacional. Nos mais diversos estados, seu uso é tão arraigado que se perde na distância temporal. Há registro, por exemplo, dado por GAIO SOBRINHO (2013: p.38-39), de uma carta do Rei de Portugal ao Ouvidor-geral Valério da Costa e Golveia, datada de 18/11/1715, a qual chegou ao conhecimento da Câmara de São João del-Rei para as providências cabíveis, que diz expressamente:
"Faço saber a vós Ouvidor Geral da Comarca do Rio das Mortes que Eu hei sido informado que nas Minas se tem fabricado muitos Engenhos em que se destilam Agoas Ardentes seguindo-se da multiplicação deles um dano irreparável a meu serviço e real fazenda e ao sossego dos moradores delas pela inquietação que ocasionam nos negros esta bebida, privando-se também do seu serviço as mesmas minas, ocupando-se nos ditos engenhos um inumerável número deles."
Ordena então que não se consinta a instalação de novos engenhos na comarca.
O mesmo autor oferece outro registro interessante no seguinte documento:
"Em 20 de janeiro de 1786 - Registro de uma carta que a Câmara escreveu a José Dias Mama Rosa, morador do Distrito da Conceição, convocando-o a vir prestar contas a respeito do pagamento do Subsídio Literário incidente sobre as águas ardentes" (p.98; grifo do próprio autor)
"Em 31 de dezembro de 1787 - Registro de uma certidão do manifesto das águas ardentes do ano de 1779, onde consta ter-se manifestado pelo rendimento do Subsídio Literário, imposto às mesmas águas ardentes, quarenta e quatro barris de água ardente de oito canadas cada um produzidos no engenho de Dona Maria Leme, da Conceição da Barra." (p.98; grifo do próprio autor)
O local citado é a atual Conceição da Barra de Minas, à época distrito são-joanense. O sobrenome Leme revela uma das mais tradicionais famílias paulistas antigas, ligadas ao movimento do bandeirismo. O sobrenome Mama Rosa batizou uma localidade daquele município.
Escrever sobre a cachaça é um desafio capaz de render um livro substancial. Traçar seu simples panorama cultural numa postagem é uma temeridade, pois sempre faltará muito a se dizer. Mesmo correndo este risco é preciso rememorar que esta bebida se liga ao ciclo econômico da cana de açúcar, sua matéria prima, que teve imensa importância no país. Teve grande vigor desde o século XVII e depois de altos e baixos frente à economia, ainda persevera teimosa Brasil afora ganhando ares mais nobres e já vira produto de exportação. Ao lado dos grandes engenhos estava um alambique, destilando o fermentado da
garapa para gerar a cachaça. Em torno do engenho e das plantações de cana estava o trabalhador braçal, desde o regime escravocrata até hoje, desenvolvendo não só o produto em si como também o seu reflexo cultural (**):
"Põe cana no engenho,
deixa moer!
Meu amor está doente
não sei se é pra morrer...
Põe cana no engenho,
deixa passar!
Meu amor foi embora
não sei se vai voltar..."
"Mestre Domingos,
que veio fazer aqui?
Vim buscar meia pataca
pra tomar um parati."
O cancioneiro folclórico está repleto de versos que se referem a engenhos, cana, canavial, cachaça. Existe até mesmo uma dança rural chamada
engenho-novo.
Interessante relembrar que até mesmo o nome comercial de muitas marcas de cachaça traz a presença cultural: umas trazem sobrenomes familiares (por vezes de longa tradição na produção), outras o de lugares, ainda de sensações ao tomá-la e ainda, algumas até divertidas, pitorescas e irônicas, por vezes inimagináveis, mas que de fato são estratégias de marketing. Não é raro que o próprio rótulo acompanhe essas características e acaba por se tornar uma atração à parte por sua arte e há mesmo quem colecione garrafas de pinga em razão de seus rótulos, alguns bastante criativos que fazem alusão ao complexo cultural desta bebida.
Existe uma busca frequente pela cachaça de boa qualidade e por força de expressão a mais procurada é a "pinga da roça", assim chamada a de produção caseira, rural, a nível artesanal, conservando um grau de pureza pelo aroma e sabor. A boa qualidade dessa cachaça de produção limitada é tão reconhecida que o consumidor quando a quer no bar de costume, pede ao balconista: "_ traz uma da boa!" Como um código bem conhecido, já se sabe que o freguês quer a pinga da roça. Do lado oposto o apreciador põe a bebida de fatura industrial e ainda aquela que mesmo sendo "da roça", sofreu adulteração por parte de algum comerciante inescrupuloso, que em vista do rendimento do volume e do lucro acresce misturas ao líquido, alterando-o. "Pinga envenenada", dizem. Assim reza a cultura popular.
Existe até mesmo um santo protetor: atribui-se a Santo Onofre o papel de guardião do produtor de cachaça e do bebedor. O motivo aparente é apenas o fato de sua iconografia o representar tendo a tiracolo uma cabaça, a guisa de cantil, porque era um ermitão. O povo logo diz que é sua reserva de aguardente. Então, para agradá-lo e alcançar sua graça, diante da imagem oferecem vez por outra um copo que contém a bebida querida. Ao santo também se atribui o poder de trazer fartura então quando o desejo é este, é também usual colocar umas moedas no fundo do copo. Se a necessidade é intensa a imagem é inserida no copo, ficando imersa na cachaça. Por isto, às vezes usam de imagens feitas de ligas metálicas em vez de gesso. Pequeninas imagens de Santo Onofre em chumbo são trazidas no bolso ou metidas na carteira. A estampa emoldurada em quadro por vezes é afixada em paredes de certos botequins (***).
Nos terreiros a tradição da cachaça perpassa sobretudo os trabalhos da linha esquerda, como bebida consagrada aos exus, seja diretamente usada durante os trabalhos ou nas entregas, nas Casas de Força ou nos pontos de seu domínio espiritual (cemitério, encruzilhada, linha do trem). No geral a cachaça é conhecida por marafa ou marafo no universo cultural dos terreiros.
Já por esta relação com os exus certas pessoas temem aceitar cachaça da mão de outra pessoa e vai aí certa dose não só de cuidados preventivos mas também de discriminação. Fato é que o povo chama de "pinga temperada" à cachaça que supostamente foi benzida por alguém de terreiro, sendo muito temida como capaz de desarranjar a vida do sujeito que a tomar, que embarca então numa maré de azar e doença, infortúnio e declínio. Nada há nela que a possa identificar como tal, o que a maldosa fez foi alterar sua energia, para o lado maléfico, à custa de supostos poderes sobrenaturais.
Neste sentido, nas folias e congados o responsável muitas vezes traz num embornal um cachacinha ao dispor do grupo, sempre ofertada com muita moderação, evitando assim propositalmente que bebam de outrem ou no botequim, onde creem exista muita carga ruim, energia negativa, que desarmoniza a companhia reiseira ou o terno do Rosário. Acreditam também que tomar uma pequena dose antes de começar a missão folieira ou congadeira fecha o corpo à entrada de males e perigos e da mesma forma ao encerrar, cortando as demandas para que não sejam levadas para casa, motivo de desequilíbrio para o lar. No mais é corriqueiro afirmar que a pinga tomada ao começar garante a afinação da cantoria, pois logo faz o sujeito pigarrear, retirando eventuais obstruções das cordas vocais para um canto afinado. Nas folias ouvimos muitas vezes que sem essa pinga de abertura as vozes dos folieiros não se encontram, ou seja, não se harmonizam no escalonamento da resposta ao verso solista do embaixador. Tantas outras vezes observamos que o folieiro ou congadeiro que não bebe molha a polpa do dedo na pinga (****) e passa na testa em cruz como se fosse uma água benta. Já o vimos também passarem na nuca, nos pulsos e tornozelos, pontos fracos, na intensão de "fechar o corpo". Tanto mais, esfregar pinga no couro da caixa ou tamborim o firma de modo a não rebentar nem desafinar.
A pinga revela-se capaz de "fechar" não só o corpo como também o objeto à chegada dos
maus ares. Fecha também objetos como no caso da caixa. Outro exemplo: um veículo que está sempre inexplicavelmente dando prejuízo ao dono sem ser por falta de manutenção ou por estar por demais velho e desgastado, está sendo alvejado por inveja: arruma a roda, estraga o escapamento; conserta a partida, danifica o carburador... É mau olho! Alguém deseja aquele carro e não o pode comprar ou dá por mal empregado a pessoa ter tal bem. O remédio é a cachaça: despeja-se um pouco sobre os pneus, tendo o cuidado de fazer cruzado _ molha-se uma roda da frente da esquerda e a seguir a de trás da direita; depois a da frente da direita e por fim a de trás da esquerda, ou vice-versa, mas cruzando, garantia da proteção invisível mas inquebrantável.
Não bastasse, cachorro ou gato em casa adoentado, definhando, arrepiado, comendo muito pouco, tristonho, amuado: pinga-se uma dose de cachaça sobre a cabeça do bicho e ele soergue, retoma em um ou dois dias o comportamento normal. Explica-se: ter um animal em casa é bom, diz o povo, porque o mal que viria para o dono se desvia para o animal, que então se ressente. O ato de passar a cachaça em sua cabeça dissolve esse fluido ruim e liberta-o desse terrível sortilégio, sem o devolver ao dono.
Seja nos bares para servir ao gosto da freguesia seja em casa, é costume também preparar certas garrafas de pinga acrescentando uma porção de ingredientes naturais à bebida pura. Assim, o cipó milhomem adicionado em cavacos à cachaça, além de lhe emprestar um leve sabor amargo, serve segundo a crença de afrodisíaco e para fechar o corpo à entrada de maus fluídos, uma alusão ou alegoria referente ao nome do vegetal, "milhome", "milhomem", "mili-home": mil homens! Também é creditado o poder de rejuvenescimento sexual à pinga com uns pedaços de nó de cachorro, madeira que deixa a aguardente bem avermelhada. A pinga com carqueja diz que é boa para o fígado; com jurubeba também, embora seja mais usual esta no vinho; pinga com semente de sucupira indicam para o estômago. Outras mais não tem indicação medicinal definida na cultura popular mas são saborizadas com freguesia certa: cachaça com pedaços de coco da baía, com cavacos de lascas de sassafrás (que confere um interessante gosto amadeirado e intenso aroma), canela, abacaxi, gengibre, casca de limão (principalmente da variedade taiti), etc. Cada qual feita em dosagem sem exageros para não mascarar por demasiado o sabor original da cachaça, no que reside um certa prática.
Outro remédio folclórico é bochechar com cachaça para aliviar dores de dente. Acreditam também na pinga como vermífugo, daí mais uma alcunha, "mata-bicho":
"Senhora dona da casa,
seus agrado, nem por isso...
quanto tempo eu tô cantando,
nem café, nem mata-bicho!"
Assim resmunga o brincalhão palhaço da folia de Reis ao anfitrião por estar se apresentando há muito tempo e não obstante o riso que desperta (o agrado), não recebeu nada em troca, nem mesmo algo que beber. Assim ouvimos em São João del-Rei, cidade de múltiplas faces culturais.
Em tempo, crê o povo que o mata-bicho é mais eficaz se ingerido em jejum! Aliás, é de se lembrar que um dos sinônimos de lombriga (Ascaris lumbricoides) é "bicha". Sobre o mata-bicho informou Waldemar de Almeida Barbosa que:
"disenteria aguda degenerava quase sempre em ulceração do intestino grosso e gangrena retal. Este era o temido 'mal de bicho', que Gomes Ferreira diagnosticava corretamente e que reparou ser predominante no vale do Rio São Francisco. Sendo melhor prevenir do que curar, ele recomendava limpeza corporal e o banho diário como a melhor defesa, outra defesa estando na dose de aguardente de cachaça, logo pela manhã, como primeira coisa a tomar. Este último hábito sobrevivera em ambos os lados do Atlântico Sul; daí o nome 'mata-bicho', com que é conhecido em Angola como no Brasil." (p.248) (...) "convém frisar que era bem grande o prestígio da pinga como medicamento. Os próprios médicos de Portugal declaravam-na benéfica à saúde e útil na cura de certas enfermidades." (p.249).
Como não poderia deixar de ser a cachaça tem seu lado profano. Povoa o anedotário fartamente. Por toda parte ouvimos piadas de bêbados. O conto popular mais lendário também tem seus exemplares, sobretudo na assaz conhecida narrativa que Deus criou a cana e o diabo, a cachaça; Aquele fazendo algo doce como o céu, o opositor a bebida que queimava como as caldeiras do inferno, desvirtuando a obra do Senhor.
A pinga é parte acompanhante indispensável de uma parcela da culinária típica. Após a pinga se come algo à base de carne como "tira-gosto". Essa palavra que tantas vezes pronunciamos é a expressão que literalmente se refere a mascarar o queimor da aguardente, o gosto de seu álcool. Há bares especializados em tira-gosto. A via oposta também existe. Então se o apreciador toma um prato de mocotó ou de dobradinha logo diz que seu gosto "pede uma pinga" para acompanhamento. Caso contrário, o sabor parece incompleto...
Noutros tempos, quando dos mutirões de capina das roças, os trabalhadores ao concluir a tarefa e entregar o resultado na mão do proprietário da terra por meio do ritual de "entrega da bandeira", recebiam deste cachaça em fartura para comemoração da conclusão dos serviços. Em oposição, quando um fazendeiro ou sitiante não cuidava das plantações capinando-as nem permitia que em suas terras ocorressem os mutirões, se acaso chegasse o natal e a roça ainda não estava carpida, colocavam no meio dela às escondidas e em retaliação, um boneco de trapos chamado "joão do mato". Esse boneco tinha de ordinário uma garrafa de pinga ao seu lado e uma enxada velha em frangalhos. A simbologia no caso está claramente apontando para a preguiça, marcada pela bebida e pela ferramenta inútil.
Nos pousos de boiadeiros e tropeiros não faltava a pinguinha regando a boa prosa, a lembrança dos causos de assombração, das confusões por uma mulher faceira ao fim de um baile, a saudade de uma festa num arraial. No embornal do pescador vai a garrafinha. Quando se bate laje, os trabalhadores por fim ganham um "pão de sal" (pão francês) recheado de molho de carne moída ou de salsichas e café... e cachaça. Se não tiver não valeu a laje. Xingam, praguejam. Muitos o dizem, carregam as latas de concreto por causa da pinga que ganharão ao final.
A pinga aquece espantando o frio nas montanhas de Minas, quando a neblina as encobre. Se a geada assola os campos e o retireiro tem de vir de madrugadinha ao curral esgotar uma vaca na ordenha, logo toma uma que é para "cortar a friagem".
No verão, se uma chuva forte surpreende, para não deixar resfriar se toma uma cachaça...
Em tudo e por tudo a pinga é uma bebida incomum. Cambiando entre o sagrado e profano, entre a apreciação e o vício, entre a finalidade econômica e o simples prazer, ela constituiu o núcleo de um intrincado universo cultural. Sempre alguém lembrará um uso antigo, dos tempos do vovô, ou um emprego inusitado lá pras bandas de minha terra, quiçá de uma moda de viola que lhe decante as qualidades e desgraças, uma décima, uns versinhos do cancioneiro. E como na cultura popular cabe ao homem a fama de cachaceiro, e, uma vez bêbado, se mete em arruaças e vira alvo de comentários mordazes e admoestações, talvez por vingança da crítica feminina e dos conselhos do sacerdote, ou apenas por pilhéria, compõe peças assim (*****):
"Quem quiser que o povo
devoto seja,
bota um boteco,
na porta da igreja...
As mocinha solteira
de opinião,
debaixo da cama
tem seu garrafão...
As mulher casada
que tem seus marido,
não bebe na vista,
mas bebe escondido...
O padre também
com sua coroa,
eu vi lá na venda
bebendo da boa...
Eu não falo mais
pra não agravar,
mulher pra cachaça,
parece gambá..."
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1- Montagem com garrafas e copos descartáveis no calçadão
da Avenida Leite de Castro, São João del-Rei, comemorativa
do Dia Nacional da Cachaça. 13/09/2014.
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2- Inscrição "Troco por Pinga" na lateral de um veículo parada em rua de São João del-Rei. 22/02/2016. |
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3- Garrafa de cachaça revestida de trançado de palha e cuias para bebê-la. São João del-Rei, 04/11/2014. |
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4- Garrafa de aguardente com copo, posto em oferenda junto a uma árvore na Serra do Lenheiro, São João del-Rei. 28/04/2017. |
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5- Acréscimo de lascas de sassafrás na cachaça. São João del-Rei, 14/05/2017. |
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6- Canela-sassafrás, Brumado de Cima (São João del-Rei), 11/07/2015: lascas da madeira são tradicionalmente usadas para aromatizar e saborizar a cachaça. |
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7- Canela-sassafrás, Brumado de Cima (São João del-Rei), 11/07/2015: lascas da madeira são tradicionalmente usadas para aromatizar e saborizar a cachaça. |
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8- Sucupira, Brumado de Cima (São João del-Rei), 12/07/2015: as sementes são tradicionalmente usadas para aromatizar e saborizar a cachaça. |
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9- Sucupira, Brumado de Cima (São João del-Rei), 12/07/2015: as sementes são tradicionalmente usadas para aromatizar e saborizar a cachaça. |
Notas e Créditos
* Observar atentamente que a expressão popular "tomar umas cana" indica beber cachaça e "tomar cana" é estar preso, ir para a cadeia, "entrar em cana". O sentido contextual pode contribuir para a interpretação.
** Informante: Elvira Andrade de Salles, 1998, Santa Cruz de Minas.
*** No complexo sincretismo religioso afro-brasileiro, Santo Onofre se alinha com Ossãe, orixá das matas, senhor das folhas, das ervas medicinais e plantas sagradas, a quem se pede licença antes de colher qualquer vegetal com este objetivo.
**** Frisamos o detalhe da polpa do dedo, pois habitualmente não se molha a unha, que supõe cruzar as energias, dando efeito contrário ao esperado.
***** Informante: Aluísio dos Santos, São João del-Rei, Centro, 1996. Dado pelo próprio como muito antigo. Quadras são cantadas bisadas a cada dois versos.
****** Texto: Ulisses Passarelli; fotografias 1, 2, 4 e 5: Ulisses Passarelli; fotografia 3, 6-9 : Iago C.S. Passarelli.
Texto ampliado e com acréscimo de fotografias em 21/05/2017.
Referências Bibliográficas
BARBOSA, Waldemar de Almeida. A decadência das minas e a fuga da
mineração. Belo Horizonte: Centro de Estudos Mineiros, 1971. 264p.
GAIO SOBRINHO, Antônio. Fontes históricas de São João del-Rei. São João del-Rei: UFSJ, 2013. 154p.
Caro Ulisses,
ResponderExcluirFantástica esta viagem ao universo da Cachaça - da marvada, tão apreciada pelo brasileiro.
Gratíssimo por com partilhar conosco tantas informações.
Abraço e Feliz Páscoa!!! Luiz\ Cruz
Parabéns!
ResponderExcluirMuito interessante estas linhas.
Miranda.
Ciente da advertência introdutória, assim mesmo decidi provar uma irresistível "timbuquinha".
ResponderExcluirAffonso.
Quanta informação interessante.
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