Quando eu aqui cheguei
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Eu jurei, você jurou,
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Duas moças cochichou;
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Qual dos dois jurou verdade?
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uma disse para a outra:
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Eu jurei minha firmeza,
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_ fura-capa aqui chegou...
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Você jurou só falsidade...
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Olhos verdes, tristes,
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No meio desse salão,
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Olhos pretos não tem valor,
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Vou mandar fincar um prego,
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Olhos azuis são fingidos,
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Você anda namorando
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Olhos castanhos falam de amor.
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Pensando que eu sou cego.
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Olhos azuis, falsos,
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Você está rindo de mim,
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Pretos, feiticeiros,
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Vi seus dentes lumiar,
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Verdes, traiçoeiros.
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Os meus eram de ouro,
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Castanhos, verdadeiros.
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Eu ranquei para te dar.
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Beijo na testa é respeito,
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Eu queria ser abelha,
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Beijo no rosto é carinho,
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Daquela que faz o mel,
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Beijo no queixo é desejo,
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Queria fazer um ninho
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De subir mais um pouquinho.
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Na pedra do seu anel.
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Com meus olhos te vejo,
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Joguei o anel na pedra,
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Com minha boca te chamo,
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Retiniu mais de uma hora;
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Com meus lábios te beijo,
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O amor dos outros cega,
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Com meu coração te amo.
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O meu passa e vai embora.
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Nos olhos azuis o céu lá se
encontra,
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Tenho dois anéis nos dedos,
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Nos castanhos, paixão e amor,
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Um de ouro, outro de prata,
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Nos verdes, há muita alma,
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Tenho dois amores no mundo,
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Nos negros, mágoa e dor.
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Uma é branca, outra mulata.
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Gosto de azaléia,
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Joguei meu anel na água,
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Gosto de jasmim,
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Era de pedra e se afundou,
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Gosto de sua mãe,
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O amor que tu me tinhas,
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Que criou você pra mim.
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Era pouco e se acabou.
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Gosto de rosa branca,
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Se você fosse uma árvore,
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Plantei no meu jardim;
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Eu queria ser cipó,
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Gosto mais de tua mãe,
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Nascia em sua raiz,
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Que criou você pra mim.
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Nos seus galhos dava nó.
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Fui num jardim,
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Menina se tu soubesse,
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O jardim escureceu,
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Quanto eu estou te querendo,
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Dentro de uma flor,
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Eu queria te ver morta
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Você apareceu.
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E as formigas te comendo...
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Dizem que o amor é mentira,
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Eu queria ser formiga,
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Dizem que o amor é ilusão,
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Daquelas que fura o chão,
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Mas pobre daquele que vive,
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Queria furar seu peito
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Sem amor no coração.
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Para ver seu coração.
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Menina, se tu me amas,
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Com pena peguei na pena,
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Dê um jeito no olhar,
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Somente pra lhe escrever,
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Eu também sei querer bem,
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A pena caiu da mão,
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Mas não sei adivinhar.
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Com saudade de te ver.
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Ainda que seu pai não queira,
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Se eu soubesse fazer doce,
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Tua mãe não queira não,
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Melado fazia pra você,
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Eu querendo, tu querendo,
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É um docinho açucarado,
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Tudo está em nossas mãos.
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Docinho como você...
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A
folha da laranjeira,
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Está
criando perereca,
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Tua
mãe tá me criando,
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Para
ser minha boneca.
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Bem vindo!
Bem vindo!Esta página está sendo criada para retransmitir as muitas informações que ao longo de anos de pesquisas coletei nesta Mesorregião Campo da Vertentes, do centro-sul mineiro, sobretudo na Microrregião de São João del-Rei, minha terra natal, um polo cultural. A cultura popular será o guia deste blog, que não tem finalidades político-partidárias nem lucrativas. Eventualmente temas da história, ecologia e ferrovias serão abordados. Espero que seu conteúdo possa ser útil como documentário das tradições a quantos queiram beber desta fonte e sirva de homenagem e reconhecimento aos nossos mestres do saber, que com grande esforço conservam seus grupos folclóricos, parte significativa de nosso patrimônio imaterial. No rodapé da página inseri link's muito importantes cuja leitura recomendo como essencial: a SALVAGUARDA DO FOLCLORE (da Unesco) e a CARTA DO FOLCLORE BRASILEIRO (da Comissão Nacional de Folclore). Este dois documentos são relevantes orientadores da folclorística. O material de textos, fotos e áudio-visuais que compõe este blog pertencem ao meu acervo, salvo indicação contrária. Ao utilizá-lo para pesquisas, favor respeitar as fontes autorais.
ULISSES PASSARELLI
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