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Bem vindo!Esta página está sendo criada para retransmitir as muitas informações que ao longo de anos de pesquisas coletei nesta Mesorregião Campo da Vertentes, do centro-sul mineiro, sobretudo na Microrregião de São João del-Rei, minha terra natal, um polo cultural. A cultura popular será o guia deste blog, que não tem finalidades político-partidárias nem lucrativas. Eventualmente temas da história, ecologia e ferrovias serão abordados. Espero que seu conteúdo possa ser útil como documentário das tradições a quantos queiram beber desta fonte e sirva de homenagem e reconhecimento aos nossos mestres do saber, que com grande esforço conservam seus grupos folclóricos, parte significativa de nosso patrimônio imaterial. No rodapé da página inseri link's muito importantes cuja leitura recomendo como essencial: a SALVAGUARDA DO FOLCLORE (da Unesco) e a CARTA DO FOLCLORE BRASILEIRO (da Comissão Nacional de Folclore). Este dois documentos são relevantes orientadores da folclorística. O material de textos, fotos e áudio-visuais que compõe este blog pertencem ao meu acervo, salvo indicação contrária. Ao utilizá-lo para pesquisas, favor respeitar as fontes autorais.


ULISSES PASSARELLI




sábado, 8 de fevereiro de 2014

O Macaco Violeiro

No chão, dentro da mata, na beira de um córrego, estavam conversando o macaco, o coelho e o sapo. De repente, apareceu uma onça brava que os pegou numa emboscada.

_ Ah! Agora peguei os três de uma vez! Vou comer...
_ Ôh, dona onça, espera um pouco, disse o macaco. Já que nós vamos morrer mesmo, queria fazer meu último pedido, que é justo, a senhora sabe...
_ Tá bem... vá dizendo qu’eu tô com fome!
_ Eu queria tocar minha viola um bocadinho pros meus amigos... (e despistando, piscou o olho para eles como um aviso de plano de fuga).
_ Pode tocar, disse a onça. 


        O macaco abriu um saco e de lá tirou seu instrumento. Dedilhando bem a violinha, cantou:

“Macaco no pau, sapo n’água, coelho no buraco!
Macaco no pau, sapo n’água, coelho no buraco ...”

A cantoria bem ritmada pelo rasqueado da viola agitou a onça, que toda animada começou a dançar. Aproveitando a distração da fera, o macaco violeiro deu um discreto sinal com a cabeça aos colegas e imediatamente o sapo pulou na água, o coelho num instante se enfurnou numa toca e ele, jogando de lado a viola, de um pulo trepou num galho e de lá ficou rindo da onça.
Cheia de raiva ela gritou para o macaco descer, mas ele em resposta, urinou na cara da fera e dando gargalhadas fugiu entre a galharia e o cipoal. 


Notas e Créditos 

*Texto e fotografias (zoo-BH/MG, onça-pintada, 1997; macaco-prego, 2012): Ulisses Passarelli
*Informante: Aluísio dos Santos (“Ló”), São João del-Rei/MG, 1995

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