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Bem vindo!Esta página está sendo criada para retransmitir as muitas informações que ao longo de anos de pesquisas coletei nesta Mesorregião Campo da Vertentes, do centro-sul mineiro, sobretudo na Microrregião de São João del-Rei, minha terra natal, um polo cultural. A cultura popular será o guia deste blog, que não tem finalidades político-partidárias nem lucrativas. Eventualmente temas da história, ecologia e ferrovias serão abordados. Espero que seu conteúdo possa ser útil como documentário das tradições a quantos queiram beber desta fonte e sirva de homenagem e reconhecimento aos nossos mestres do saber, que com grande esforço conservam seus grupos folclóricos, parte significativa de nosso patrimônio imaterial. No rodapé da página inseri link's muito importantes cuja leitura recomendo como essencial: a SALVAGUARDA DO FOLCLORE (da Unesco) e a CARTA DO FOLCLORE BRASILEIRO (da Comissão Nacional de Folclore). Este dois documentos são relevantes orientadores da folclorística. O material de textos, fotos e áudio-visuais que compõe este blog pertencem ao meu acervo, salvo indicação contrária. Ao utilizá-lo para pesquisas, favor respeitar as fontes autorais.


ULISSES PASSARELLI




sábado, 2 de agosto de 2014

Junta de Bois

Junta é o par de bois carreiros, parelha de bois atrelados numa canga para o serviço: arar, arrastar toras, puxar carro de bois. 

Quando são várias juntas elas recebem nomes próprios: junta de guia (bois de guia) – a primeira, formada por bois fortes e bem adestrados, que vão na frente; de contra-guia – a que lhe segue de imediato; de coice – aquela na qual se atrela o carro pela peça conhecida por cabeçalho, formada dos bois mais fortes e resistentes; contra-coice – imediatamente à sua frente; juntas do meio – quando há, são as que estão entre a contra-guia e a contra-coice, formadas dos bois mais fracos e aprendizes, onde podem ser melhor controlados pela força condutora dos animais experientes e pelo carreiro. Só são usadas em carros grandes que levam muita carga. 

Existe o costume de montar as juntas em cores parecidas, dando o capricho às parelhas, xodó do carreiro. 

É tradicional que as juntas são montadas com bois que tem nomes parecidos, p.ex.: Chibante e Diamante, Florete e Torete, Malhado e Pintado, etc. Assim, na pronúncia rápida do carreiro, bem entoada, aquela junta obedece em conjunto, graças à sonoridade parecida, sem afetar as demais. 

No verso do calango são-joanense ficou esta referência ao velho costume rural:

O meu carro é de aroeira,
eixo é de jacarandá;
uma junta é de boi preto,
outra de boi araçá.

Bela junta de bois de guia flagrada no Encontro de Carros de Boi de Tirandentes/MG.
Notas e Créditos 

* Texto: Ulisses Passarelli
** Foto: Iago C.S. Passarelli, Tiradentes/MG, 2013

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