Barriga
verde –
principiante, inexperiente.
Bicho bom – gíria em processo de
desuso, indicativa de pessoa bonita, atraente.
Boa praça – gente boa, de boa índole,
prestativo, educado, gentil, bondoso.
Bofe – os pulmões.
Botar as
unhas pra fora –
revelar a verdadeira personalidade maldosa, antes oculta sob a falsa imagem de
bondade.
Cacunda – africanismo: ombros,
espáduas. “Carregar na cacunda”: literalmente, trazer o peso sobre os ombros,
uma responsabilidade.
Cambota –
1- peça
de madeira que compõe a roda do carro de bois, em forma de semi-círculo; 2- cambalhota;
reviravolta.
Camelo – traste, tranqueira,
bicicleta velha, motocicleta ruim, carro imprestável, pipa (papagaio, pandorga)
de má qualidade. “Desceu o morro num camelo danado...” (numa bicicleta velha,
por exemplo).
Caminho
de São Tiago – a
via-láctea; mancha esbranquiçada e alongada visível num céu aberto e sem
luminosidade da lua.
Cangote – pescoço e principalmente
a nuca.
Carretel – a ATM (articulação
têmporo-mandibular); o côndilo da mandíbula em sua articulação com a fossa
glenóide do osso temporal.
Casa do
chapéu –
local imaginário que simboliza algo muito longe, ermo.
Chapuleta – grande, volumoso.
Colondria – corja, canalhice.
Com cinco
pedras na mão –
com agressividade. Brutalmente.
Com um pé
atrás –
com desconfiança, com cisma. Diz-se da atitude de precaução.
Disgrama – eufemismo de desgraça; coisa
muito ruim; tragédia; xingamento para ocasiões de grande contrariedade.
Do diabo
pra trás – o
pior possível, péssimo, horrível, muito ruim.
É mais
fácil nascer cabelo no ovo – expressão usada para indicar algo impossível, que
jamais acontecerá.
É mais
fácil nascer dente na galinha – idem.
Empaçocado – embolado, denso,
farináceo, ressequido.
Enguiço – sujeito de índole
rixenta; pessoa que arranja confusão por qualquer coisa.
Enjirizado – “injirizado”, o que tem
ojeriza; antipatia, raiva, nervosismo.
Esborrachou – arrebentou, estatelou.
Espigado – comprido, alongado, magro
e longo. “Sujeito espigado”.
Está
pensando na morte da bezerra (variante: “Esperando a morte da bezerra”) –
indicativo de inércia, falta de atitude, ausência de pró-atividade.
Fazer
tempestade em copo d’água – fazer confusão por coisa mínima; tumultuar por algo que pode ser
resolvido diplomaticamente.
Fuleiro – ordinário, de pouco
valor, de má qualidade, insignificante.
Fundo do
baú –
algo muito velho; lembrança de alguma coisa antiga; rememorar uma situação ou
fato que a muito ninguém se lembrava: “tirar do fundo do baú”, expor do passado
ao presente.
Guela – garganta, faringe. (A pronúcia
é tremada: “güela”). “Pegar na guela”: estrangular, sufocar.
Levou
quem trouxe ... – situação
de azar, danação; expressão para indicar o momento exato que uma situação se
vira para o descontrole.
Mais
cacique do que índio –
expressão indicativa de que muita gente quer mandar mas não quer ser mandada;
local ou situação onde uma autoridade não se impõe e vários dão a diretriz,
achando-se suficientes para isto. Serviço cheio de chefes.
Mais feio
que o diabo dando cria – horroroso, medonho, muito feio.
Meio
caminho andado –
metade de uma questão resolvida. Situação encaminhada, em andamento, mas não
concluída.
Mole-mole – a traqueia.
Morde e
sopra - aquele
que ataca e a seguir presta socorro, como se não tivesse culpa. Dissimulado.
Muita
galinha e pouco ovo –
literalmente, muito trabalho para relativamente pouco retorno financeiro.
Situação econômica desfavorável ante grandes responsabilidades.
Não dá o
braço a torcer – aquele
que mesmo estando errado e sabendo do erro, não o admite de forma alguma.
Papagaiada – falatório, falação,
algaravia, conversa muito alta e confusa, muita gente falando ao mesmo tempo.
Passarinha – o baço.
Pegar no
guatambu –
trabalhar, iniciar um serviço. Expressão de origem rural: guatambu é uma
madeira amarelada muito usada para fazer cabos de ferramentas, sobretudo
enxadas, em razão de sua resistência. O mesmo que tambu.
Pegar o
boi pelo chifre –
enfrentar a situação de peito aberto, com vigor, despachadamente, encarando os
riscos. Assumir uma demanda na linha de frente, sem intermediários.
Pipoco – estouro, explosão.
Rapa do
tacho – o
último, o resto, o caçula.
Rolo
armado –
confusão ou desentendimento prestes a acontecer; situação embaraçosa na
iminência de se deflagrar.
Tem a
boca maior que o estômago – Expressão aplicada a quem tem grande gula; diz-se de quem come
demais, compulsivamente.
Tem o
olho maior que a cara –
tem enorme ambição. Expressão para indicar grande usura.
Tirambaço – disparo violento, tacada
forte, pedrada, soco brutal.
Tiro no
pé –
erro crasso que atinge quem errou. Dar um tiro no pé é tomar uma atitude
impensada que trará graves consequências para si próprio.
Trepar nas tamancas – ficar muito nervoso; descontrolar-se
emocionalmente; xingar muito; gritar impropérios contra alguém.
Trocando
de pato pra ganso –
mudando de assunto; passando repentinamente de uma questão para outra.
Notas e Créditos
* Texto: Ulisses Passarelli
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