Bem vindo!Esta página está sendo criada para retransmitir as muitas informações que ao longo de anos de pesquisas coletei nesta Mesorregião Campo da Vertentes, do centro-sul mineiro, sobretudo na Microrregião de São João del-Rei, minha terra natal, um polo cultural. A cultura popular será o guia deste blog, que não tem finalidades político-partidárias nem lucrativas. Eventualmente temas da história, ecologia e ferrovias serão abordados. Espero que seu conteúdo possa ser útil como documentário das tradições a quantos queiram beber desta fonte e sirva de homenagem e reconhecimento aos nossos mestres do saber, que com grande esforço conservam seus grupos folclóricos, parte significativa de nosso patrimônio imaterial. No rodapé da página inseri link's muito importantes cuja leitura recomendo como essencial: a SALVAGUARDA DO FOLCLORE (da Unesco) e a CARTA DO FOLCLORE BRASILEIRO (da Comissão Nacional de Folclore). Este dois documentos são relevantes orientadores da folclorística. O material de textos, fotos e áudio-visuais que compõe este blog pertencem ao meu acervo, salvo indicação contrária. Ao utilizá-lo para pesquisas, favor respeitar as fontes autorais.
Ibituruna novamente festejou o rosário de Maria com a força da fé popular e a vibração extraordinária dos tambores congadeiros. Foi no primeiro domingo de julho o dia maior. Junto à bela Igreja de Nossa Senhora do Rosário se concentraram os dançantes do reinado, com suas fardas e instrumentos musicais, vindos do entorno imediato do Campo das Vertentes e do Oeste de Minas, prevalecendo a presença das jombas, ou seja, os moçambiques que habitualmente executam esse ritmo, preponderante na região.
Tendo o próprio moçambique e a congada local como anfitriões, foram recepcionados ternos de congadeiros vindos de Bom Sucesso, Santo Antônio do Amparo, Perdões, Cana Verde, Nepomuceno, Oliveira, Lavras, Ijaci, Carrancas, Itutinga, São João del-Rei, Prados e Dores de Campos, das zonas urbana e rural, em certos casos várias guardas de cada município, entre congos, moçambiques, marujos, vilões e catupés.
A diversidade notória se reforçava com a intensa participação da comunidade local e dos visitantes, com ampla movimentação de largo, barracas de comes e bebes, tudo com muita ordem, boa fé, organização significativa e concorrência de fiéis.
A programação revelou que a comemoração foi precedida de novena, com procissões nos três dias finais. Destaque para a alvorada pelos grupos locais, às 4 horas da madrugada. O dia maior foi antecedido pela bênção da fogueira às 21 horas e danças ao redor. A estruturação cerimonial religiosa foi cuidada com o maior zelo e absoluta devoção, sendo mister reconhecer a valorização que o pároco, Padre Sílvio Firmo do Nascimento, concedeu às festividades.
No extremo da praça da Igreja do Rosário, quatro mastros eram continuamente visitados pelos congados, cantando à sua base as saudações de praxe: dois mastros dedicados a Nossa Senhora do Rosário, um a São Benedito e outro a São Pedro.
Como de costume foi servida farta e saborosa alimentação.
O cortejo trazendo o reinado e o andor foi intenso, fervoroso e ao final cada terno se apresentou individualmente em honra aos santos e homenagem aos coroados.
Ibituruna se regozija por suas tradições e as conserva com carinho. Merecem aplausos todos os que ajudaram a festa.
Moçambique de Machados (Perdões), tocando sua jomba.
A devoção ao rosário começo muito cedo... Moçambiqueiros de Oliveira.
Guarda de Congo de Cana Verde.
Para participar do rosário se deve sentir a devoção à flor da pele e cantar com a alma: congadeiro toca uma cuíca. Moçambique "Kingongo", Pedra Negra (Ijaci).
Desde muito jovem se principia no congado, como neste catupé de Perdões.
Congadeiros de Itutinga e de Prados no café da manhã.
Moçambique de Ibituruna.
Chegada da congada de Ibituruna: a bandeira é saudada respeitosamente.
Marujo de Dores de Campos.
O vilão da Guarita (Santo Antônio do Amparo) escolta a passagem da corte do Imperador do Divino, vinda de São João del-Rei para participar dos festejos.
O cortejo em toda sua pujança.
A jomba do Congonhal (Nepomuceno) marcou presença e conquistou atenções.
Mastro não é um pedaço de pau... é um elemento telúrico, sagrado. Capitão de moçambique da Baliza (Santo Antônio do Amparo) o saúda.
Fotomontagem mostrando os registros dos quatro mastros fincados.
Cenas do Moçambique Santa Efigênia, de São João del-Rei,
durante a festa em Ibituruna.
Notas e Créditos
* Texto e acervo: Ulisses Passarelli
** Fotografias e vídeos (02/07/2017): Iago C.S. Passarelli
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