De novo o devoto são-joanense e sobretudo o tijucano se reuniu na Igreja de São José Operário, no Bairro Tijuco, em São João del-Rei, para a grande festa do padroeiro do bairro. A novena foi concorrida.
Hoje, dia maior, desde cedo um burburinho de fiéis agita a Rua General Osório, a São José, a São João, as imediações da Ponte das Águas Férreas, o largo fronteiro à igreja. Gente indo e vindo das missas, varrendo beiradas de passeio, enfeitando fachadas de estandartes, balões, toalhas de renda, flores, muitas flores.
O dia está com um clima duvidoso, ora frio, ora calor, ora aberto, ora nublado... mas o tijucano continua a se preparar. Na esquina da Rua Operário Luís Andrade a nada menos que três décadas um casal se esforça com ajuda de alguns cooperadores e abnegados meninos e meninas na confecção dos tapetes de rua. Sr. Geraldo Elói e D. Júlia Lacerda se dedicam a construir sobre o asfalto um grande coração de serragem, rodeado de borra de café e areia branca quartzítica, todo salpicado de flores. Não poderia haver simbologia maior, reveladora do amor ao santo e à própria tradição. O esforço é grande, mas o resultado compensador.
A missa vai concluindo. A cerimônia está lotada, bela, concentrada. A banda vem chegando. É a centenária e respeitada Teodoro de Faria, que desceu da Rua Santo Antônio. Os sineiros estão lá em cima, na torre, olhando o largo cheio de visitantes. Os pipoqueiros estão pelos cantos com seus carrinhos típicos, os vendedores de algodão doce, maçã do amor, beijo quente e churrasquinho também dividem o espaço.
Finda a celebração o sino deslancha e vão passando em fila os irmãos com suas opas vermelhas, varas prateadas, andadores de bastão à mão, legionárias de Maria com seu belo estandarte abre-alas, anjinhos de procissão, até relativamente numerosos.
Surge o primeiro andor. É de Nossa Senhora da Conceição, primeiro orago daquele templo. O sacerdote ao microfone convoca os fiéis à homenagem, prece e concentração na sagrada caminhada. O tempo pesa... respinga, esfria. A procissão vai assim mesmo e São José aponta no portal, muito florido em seu andor: o povo aplaudi em profusão, grita vivas, se compraz ante o patrono.
O cheiro de pólvora dos fogos de artifício se esparrama. Os acordes da banda se misturam aos do sino e o cortejo serpenteia pelas ruas, qual penitência, debaixo da chuva que se torna torrencial. Mas não para, só acelera a marcha e encurta o trajeto. Alguns o deixam, mas muitos o seguem e concluem a marcha como peregrinos da fé, certos que este sacrifício foi visto pelo santo que lá de cima mandará uma justa recompensa.
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Tapete de rua na entrada da Rua Operário Luís Andrade. |
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Antes da procissão, anjinhos comem pipoca. |
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O jovem sineiro observa o largo em festa e espera sua hora de entrar em ação. |
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A missa transcorre com grande concorrência de fiéis. |
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Aspecto da igreja no dia maior de sua festa. |
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A chuva não esfria a devoção. |
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O florido andor do padroeiro, sob a escolta das tradicionais lanternas. |
Notas e Créditos
* Texto: Ulisses Passarelli.
** Fotos: Iago C.S. Passarelli, 01/05/2015.
Parabéns e que Deus te proteja!
ResponderExcluirMiranda.