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sexta-feira, 1 de maio de 2015

São José Operário, padroeiro do Tijuco

De novo o devoto são-joanense e sobretudo o tijucano se reuniu  na Igreja de São José Operário, no Bairro Tijuco, em São João del-Rei, para a grande festa do padroeiro do bairro. A novena foi concorrida. 

Hoje, dia maior, desde cedo um burburinho de fiéis agita a Rua General Osório, a São José, a São João, as imediações da Ponte das Águas Férreas, o largo fronteiro à igreja. Gente indo e vindo das missas, varrendo beiradas de passeio, enfeitando fachadas de estandartes, balões, toalhas de renda, flores, muitas flores. 

O dia está com um clima duvidoso, ora frio, ora calor, ora aberto, ora nublado... mas o tijucano continua a se preparar. Na esquina da Rua Operário Luís Andrade a nada menos que três décadas um casal se esforça com ajuda de alguns cooperadores e abnegados meninos e meninas na confecção dos tapetes de rua. Sr. Geraldo Elói e D. Júlia Lacerda se dedicam a construir sobre o asfalto um grande coração de serragem, rodeado de borra de café e areia branca quartzítica, todo salpicado de flores. Não poderia haver simbologia maior, reveladora do amor ao santo e à própria tradição. O esforço é grande, mas o resultado compensador. 

A missa vai concluindo. A cerimônia está lotada, bela, concentrada. A banda vem chegando. É a centenária e respeitada Teodoro de Faria, que desceu da Rua Santo Antônio. Os sineiros estão lá em cima, na torre, olhando o largo cheio de visitantes. Os pipoqueiros estão pelos cantos com seus carrinhos típicos, os vendedores de algodão doce, maçã do amor, beijo quente e churrasquinho também dividem o espaço.

Finda a celebração o sino deslancha e vão passando em fila os irmãos com  suas opas vermelhas, varas prateadas, andadores de bastão à mão, legionárias de Maria com seu belo estandarte abre-alas, anjinhos de procissão, até relativamente numerosos. 

Surge o primeiro andor. É de Nossa Senhora da Conceição, primeiro orago daquele templo. O sacerdote ao microfone convoca os fiéis à homenagem, prece e concentração na sagrada caminhada. O tempo pesa... respinga, esfria. A procissão vai assim mesmo e São José aponta no portal, muito florido em seu andor: o povo aplaudi em profusão, grita vivas, se compraz ante o patrono. 

O cheiro de pólvora dos fogos de artifício se esparrama. Os acordes da banda se misturam aos do sino e o cortejo serpenteia pelas ruas, qual penitência, debaixo da chuva que se torna torrencial. Mas não para, só acelera a marcha e encurta o trajeto. Alguns o deixam, mas muitos o seguem e concluem a marcha como peregrinos da fé, certos que este sacrifício foi visto pelo santo que lá de cima mandará uma justa recompensa. 

Tapete de rua na entrada da Rua Operário Luís Andrade.

Antes da procissão, anjinhos comem pipoca.

O jovem sineiro observa o largo em festa e espera sua hora de entrar em ação. 

A missa transcorre com grande concorrência de fiéis. 

Aspecto da igreja no dia maior de sua festa. 

A chuva não esfria a devoção. 

O florido andor do padroeiro, sob a escolta das tradicionais lanternas.

Notas e Créditos

* Texto: Ulisses Passarelli.
** Fotos: Iago C.S. Passarelli, 01/05/2015. 
*** Leia também: A PROCISSÃO DE SÃO JOSÉ OPERÁRIO    

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