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segunda-feira, 19 de maio de 2014

Estações abandonadas

É com grande pesar que vemos ao longo do itinerário da antiga Estrada de Ferro Oeste de Minas (EFOM), alguns remanescentes arquitetônicos em lastimável estado de conservação. Não bastasse a injustificável paralisação das atividades e erradicação dos trilhos, com várias construções históricas demolidas, algumas ainda jazem em penúria à espera de ações capazes de recuperá-las, enquanto bem patrimonial. Este sucateamento é um desrespeito à história e ao papel  econômico-social das ferrovias no país e em nossa região, em especial. Bem se podia, a bem da memória, conservá-las e dar-lhes como monumento uma utilização prática para a comunidade, que seria em processo educacional, aliada da preservação. 

Existem muitas possibilidades a estudar. Uma vez restauradas estas velhas estações hoje depredadas, imundas, sujeitas à invasão, poderiam ser centros de artesanato, ou de memória, museu, biblioteca, espaço cultural para exposições, lançamento de livros, apresentações culturais, local de realização de palestras, cursos, ponto de reunião de associações comunitárias, aulas, cursos de capacitação e reciclagem, sede de instituições por comodato, etc, etc, etc, a se propor, a se pensar e planejar. Qualquer opção acima é melhor que a vista hoje, um quadro funéreo.

Neste sentido é mister lembrar os exemplos das estações de Ibituruna e Coqueiros (esta no município de Nazareno), antes na mesma situação deplorável, hoje restauradas e úteis. É o que esperamos das autoridades e gestores responsáveis por estes bens. Outros exemplos poderiam ser enumerados mas estes se mostram explícitos o suficiente para representar o quadro geral. 

Estação de César de Pina em abril de 1999...

... e em 18/05/2014, ainda mais degradada e já sem o telhado da plataforma. 
Estação de Nazareno em 1976 ...
... e em janeiro de 2014: lamentável abandono!
Estação de Nazareno, 26/01/2014. 
* Texto: Ulisses Passarelli
** Fotos: César de Pina, Ulisses Passarelli; Nazareno, 1976, David Passarelli; Nazareno, 2014, Iago C.S. Passarelli


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