A cultura popular preserva muitas receitas de supostas propriedades curativas, que mesclam elementos fitoterápicos e rituais. A medicina popular como é chamada, goza de grande prestígio no seio do povo. Parte dessas fórmulas são escatológicas, usando substâncias repugnantes ou elementos de origem animal; outras receitas de remédios são estritamente homeopáticas e ainda outras, mesclam as possibilidades anteriores com elementos supersticiosos, tabus, religiosidade, produzindo o que se convencionou chamar em folclorística de "medicina mágica", expressão pouco adequada embora corriqueira.
Abaixo, para exemplificar, seguem duas dessas técnicas, aqui expostas unicamente com a finalidade de registro cultural e estudo, mas não recomendadas para ninguém.
Fica consignada a homenagem e gratidão deste blog ao sr. "Zé Maria" [1], grande conhecedor das tradições do mundo rural.
Abaixo, para exemplificar, seguem duas dessas técnicas, aqui expostas unicamente com a finalidade de registro cultural e estudo, mas não recomendadas para ninguém.
Fica consignada a homenagem e gratidão deste blog ao sr. "Zé Maria" [1], grande conhecedor das tradições do mundo rural.
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| Raiz de figueira-brava ou gameleira branca, de grandes dimensões. Brumado de Cima (São João del-Rei). 07/10/2011. |
1- Xarope para tosse
Dentro de uma vasilha queimar açúcar. No caldo do açúcar derretido misturar folhas de agrião e flores de mamão, fruta do lobo (Solanum lycocarpum - solanaceae) e de cambarazinho da flor vermelha (Lantana camara - verbenaceae). Acrescenta-se água aos poucos e deixa ferver; depois o líquido é coado e acondicionado em vidro limpo, para se tomar com parcimônia, às colheradas.
2- Simpatia para curar quebradura (hérnia) de virilha
- Plantar em casa um mandacaru (Cereus jamacaru - cactaceae). A simples presença deste vegetal em casa é suficiente para a cura.
- Tirar o rastro da pessoa afetada numa árvore de figueira-brava (gênero Ficus - moraceae), também chamada gameleira. A pessoa põe o pé descalço sobre a casca da árvore. O ajudante marca na casca com uma faca ou canivete o contorno do pé, riscando a casca. Retira-se o pé do tronco. Corta-se a silhueta riscada, como se fosse uma sola. Dentro da área desnuda do tronco bater três pregos virgens, para pregar a quebradura, enunciando o seguinte ensalmo: "a figueira é madrinha, para curar; eu vim aqui para pregar." A casca em forma de sola de pé é levada para casa e deve ser pendurada a secar sobre o fogão à lenha, na fumaça. A medida que seca a quebradura cura.
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| Fruta do lobo ou lobeira. Caieira, São João del-Rei. 01/05/2014. |
Créditos
- Texto, pesquisa e fotografias: Ulisses Passarelli.
Notas
- Revisão: 22/11/2025.
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