No passado, quando a mulher vivia exclusivamente para o serviço do lar, um dos atributos observados para o casamento era sua habilidade manual com afazeres tais como costuras, bordados e rendas. A mulher que dominava as técnicas de confecção manual era considerada prendada, boa para casamento. As mães ensinavam as filhas desde tenra idade, pois assim tinham aprendido com suas mães e avós. Essa a moda ibérica implantada no país.
Paninho de mesa, em croché. São João del-Rei, déc.1980.
Muitos tipos de trabalhos manuais eram realizados para enfeitar a casa sob a forma de colchas, tapetes, toalhas, paninhos, detalhes de roupas de enxoval (de casamento e do bebê).
Babador, sapatinhos e blusa de bebê, de confecção totalmente artesanal. São João del-Rei, começo da déc.1970.
A arte de confeccionar estes tecidos é feita manualmente com nós, apoiando em bastidores (peças de madeira semelhantes a molduras cheias de preguinhos nas bordas para trançar as linhas), ou usando de agulhas, ou instrumentos rudes e de confecção artesanal (rocas e teares).
Bastidor de fazer renda, datado de 1958. São João del-Rei.
O aspecto social das rendas e bordados em boa parte se perdeu em razão das mudanças de hábitos. Os trabalhos artísticos com linhas e tecidos são hoje em geral obras artesanais de finalidade comercial feitas por pessoas detentoras do conhecimento da confecção, produzindo peças de alto lavor.
Bordado. São João del-Rei.
Estes elementos artísticos, por vezes enriquecidos com apliques e pedrarias, se incorporam a peças utilitárias ou decorativas conferindo-lhes um valor estético: toalhas, colchas, tapetes, centros de mesa, caminhos de mesa, roupas, guardanapos, alfaias, paramentos, lenços, mantos, roupas de imagens de santos, bandeiras e estandartes.
Elemento artístico-simbólico de uma antiga dalmática. São João del-Rei, Bairro Matosinhos. Paramento do acervo da Comissão Organizadora da Festa do Divino Espírito Santo. Fotografia: Ulisses Passarelli.
** Fotografias (exceto dalmática): Iago C.S. Passarelli.
*** Texto e acervo de peças (exceto dalmática): Ulisses Passarelli.



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