Outros trabalhos

domingo, 23 de setembro de 2012

Bastião da Restinga

No litoral, restinga é um bioma específico. No interior, chamamos restinga:

1- a uma faixa de mato próxima a um fluxo d'água, mas não exatamente às suas margens como uma mata ciliar; 
2- a uma faixa de mato num terreno de cultivo, sem ser propriamente um capão ou capoeira, que tem maior extensão e se situa em grotas e entremeio campos ou cerrados. 

Portanto, a nossa restinga nenhuma relação guarda com a vegetação litorânea. Assim sendo, neste sentido, no distrito de São Miguel do Cajuru existe o topônimo "Alto da Restinga", morro junto à rodovia, logo que se adentra no trevo de acesso a este distrito de São João del-Rei. 

Também em Ritápolis aparece na toponímia: duas comunidades vizinhas são chamadas em razão de sua altitude, Restinga de Cima e Restinga de Baixo. Em ambas, a tradição das folias de Reis e folias de São Sebastião é bastante arraigada. Na Restinga de Baixo (*) existe a Igreja de São Sebastião, que sedia a festa deste mártir da fé cristã, que aglomera boa parte da população rural daquelas cercanias e sempre conta com a presença de grupos de folias. 

Na fotografia abaixo o flagrante de um bastião, marungo ou palhaço, personagem mascarado que além dos gracejos que tanto animam a folia, também fazem o papel simbólico de guardião do grupo. 

Palhaço de folia da Restinga de Baixo (Ritápolis/MG), portando uma lança,
durante a Festa de São Sebastião. Mestre Sebastião Ezequiel. 

Notas e Créditos

* Na Restinga de Baixo é muito ativa a Festa do Rosário, em setembro, que além do catupé local também atrai a presença de vários congados visitantes. Na Restinga de Cima existe o grupo de folia do Mestre José Mário. 
** Texto e fotografia (janeiro/1996): Ulisses Passarelli.

Nenhum comentário:

Postar um comentário