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quinta-feira, 23 de abril de 2015

Velhas notícias distritais - parte 2

Continuando o trabalho de levantamento da história dos distritos de São João del-Rei, segue mais uma postagem contendo uma breve coletânea de dados, em disposição cronológica, abarcando o período de 1905-1906. As informações procedem do jornal são-joanense "O Repórter" e a fonte de consulta é o site da Biblioteca Municipal Baptista Caetano d'Almeida


Igreja de Santo Antônio de Pádua, cruzeiro e mastro do Rosário.
Distrito de Santo Antônio do Rio das Mortes Pequeno, 15/10/2011.

- Lei municipal nº133, de 24/08/1905, autoriza a criação e manutenção de uma escola pública em São Sebastião da Vitória até que o estado faça uma. A escola seria dedicada a alunos do sexo masculino e o nome do professor contratado seria submetido à aprovação da câmara. A despesa total autorizada foi de um conto de réis. (O Repórter, n.36, 24/09/1905).

- Um ladrão arrombou na calada da madrugada o cofre do cruzeiro do largo da igreja do Rio das Mortes levando seu conteúdo, e ainda, abrindo a porta lateral direita do mesmo templo, igualmente surrupiou o conteúdo dos cofres do Coração de Jesus, Senhora Aparecida, Almas e Senhora do Parto, arrancando-os da parede. Os cofres vazios foram jogados pelo “gatuno audaz” no largo da igreja. A nota jornalística se intitula “Sacrilegios”. (O Repórter, n44, 26/11/1905).

- Festa de Santa Cecília no Rio das Mortes, com bênção do estandarte da corporação musical do lugar. Houve missa e a procissão foi prejudicada pelo mal tempo. A Banda Lira do Oriente saiu em tocata pelas ruas e se deteve especialmente na residência do Padre Francisco Rocha. “Foram feitos e erguidos vários brindes pelo Padre Rocha, pelo dr. Paulo Teixeira e outros.”. A mesma nota traz a seguinte informação sobre obras na igreja: “o reverendo Padre Francisco Rocha, auxiliado por bons amigos, trata de obter meios para augmentar a Capella de Santo Antonio do Rio das Mortes mais trinta palmos. É uma ideia louvável, visto como a igreja já e pequena para acolher o numero de fieis. No dia 17 do próximo mez deve partir daqui um mestre de obras encarregado de fazer o orçamento respectivo e Deus queira que não appareçam obstáculos a generosa ideia.” (O Repórter, n.45, 03/12/1905).

- A tradição dos laticínios de São Sebastião da Vitória se mostra mais uma vez na seguinte nota: “simplesmente esplendida, uma das melhores que vem ao mercado desta cidade, é a manteiga “Victoria”, da fábrica do sr. Carlos Alberto Alves, estabelecido no arraial de São Sebastião da Victoria, deste município.” A nota prossegue ressaltando o asseio da fabricação e recomendando seu consumo. (O Repórter, n.46, 10/12/1905).

- Um edital da Câmara Municipal, assinado pelo presidente da mesma, Dr. João Salustiano M. Mourão, datado de 1º de fevereiro de 1906, convoca a população do Rio das Mortes para eleição do 1º, 2º e 3º juízes de paz daquele distrito, pois os anteriores não haviam tomado posse. A votação foi marcada para as 11 às 12 horas, no cartório de paz do distrito. (O Repórter, n.3, 18/02/1906).

- Resolução da Câmara Municipal de São João del-Rei, nº337, de 04/01/1906, autoriza o agente municipal a fazer reparos na Ponte de Moinhos, no limite distrital entre a sede e São Miguel do Cajuru, sob as águas do Rio das Mortes Pequeno (O Repórter, n.12, 29/04/1906). Os trabalhos na ponte foram autorizados também pela lei municipal nº142, de 27 de julho do mesmo ano, que se refere a construção de uma ponte e não reforma. (O Repórter, n.39, 28/10/1906).

- “Estão no Cajurú deste município, pregando missões e presidindo os exercícios quaresmaes, três illustres sacerdotes da Congregação do Sagrado Coração de Maria. Já estiveram em Victoria, Nazareth e do Cajurú seguem para Conceição da Barra.” (O Repórter, n.8, 25/03/1906).

- “S.Francisco do Onça. Está contractado o futuroso enlace do sr. capitão José Carvalho de Rezende, filho do sr. coronel José Teixeira de Rezende com a exma. sra. d. Maria José de Andrade, dilecta filha do sr. major Jose Tiburcio de Andrade Reis.” (O Repórter, n.17, 03/06/1906).

- Resolução n.316 da Câmara Municipal, de 28/06/1906, autoriza o agente municipal a reparar “a estrada que vai dessa cidade ao Rio Grande, especialmente no logar denominado Picada”. (O Repórter, n.22, 08/07/1906).

- Resolução n.317 da Câmara Municipal, de 28/06/1906, autoriza o agente municipal a passar a subvenção de ajuda de vinte mil réis para a escola primária particular da Colônia do Bengo, desde que pudesse provar matrícula de pelo menos vinte alunos e participação efetiva de pelo menos quinze, e ainda, que abrisse vaga gratuita para cinco alunos indicados pela vereança. A escola seria fiscalizada pelos vereadores. O professor regente era o sr. Manoel José Florêncio. (O Repórter, n.22, 08/07/1906).

- Santas Missões acontecem no Rio das Mortes, coincidindo com os festejos de Santana. A festa religiosa foi precedida por novena e contou também com missa cantada, sermões, Te Deum Laudamus e leilões de prendas. A vila foi enfeitada e recebeu um cruzeiro novo. (O Repórter, n.24, 22/07/1906).

- Santas Missões transcorrem no Onça (atual Emboabas) por oito dias com grande empolgação dos fiéis. Os missionários eram da Congregação do Sagrado Coração de Maria: padres Francisco Ozamir e Nicoláo Gomes, recepcionados festivamente pela banda de música local. Foram mais de mil comunhões contabilizadas. Fizeram instalar mais um cruzeiro na vila, em um morro circunvizinho, com pregação do padre-mestre José Pedro da Costa Guimarães e do missionário Nicoláo. De volta à igreja, o padre Francisco deu a bênção papal. Houve também uma procissão do Sagrado Coração de Jesus com pregação. (O Repórter, n.25, 29/07/1906). O Padre José Pedro era capelão da Santa Casa de Misericórdia e pouco depois das missões foi agraciado com o título de monsenhor. (O Repórter, n.37, 14/10/1906).

Serra do Caxambu, vista da estrada do Mestre Ventura.
Distrito de São Gonçalo do Amarante, São João del-Rei. 03/08/2014.

Notas e Créditos

* Leia também a primeira parte desta postagem: VELHAS NOTÍCIAS DISTRITAIS
** Texto e pesquisa: Ulisses Passarelli
*** Fotos: igreja - Ulisses Passarelli; serra - Iago C.S. Passarelli


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