Junta é o par de bois carreiros, parelha de bois
atrelados numa canga para o serviço: arar, arrastar toras, puxar carro de bois.
Quando são várias juntas elas recebem nomes próprios: junta de guia (bois de guia) – a primeira, formada por bois fortes e bem adestrados, que vão na frente; de contra-guia –
a que lhe segue de imediato; de coice – aquela na qual se atrela o carro pela peça conhecida por cabeçalho,
formada dos bois mais fortes e resistentes; contra-coice – imediatamente à sua
frente; juntas do meio – quando há, são as que estão entre a contra-guia e a contra-coice, formadas dos bois mais fracos e aprendizes, onde podem ser
melhor controlados pela força condutora dos animais experientes e pelo
carreiro. Só são usadas em carros grandes que levam muita carga.
Existe o costume de montar as juntas em cores parecidas, dando o capricho às parelhas, xodó do carreiro.
É tradicional
que as juntas são montadas com bois que tem nomes parecidos, p.ex.: Chibante e
Diamante, Florete e Torete, Malhado e Pintado, etc. Assim, na pronúncia rápida
do carreiro, bem entoada, aquela junta obedece em conjunto, graças à sonoridade
parecida, sem afetar as demais.
No verso do calango são-joanense ficou esta referência ao velho costume rural:
O meu carro é de aroeira,
eixo é de jacarandá;
uma junta é de boi preto,
outra de boi araçá.
Bela junta de bois de guia flagrada no Encontro de Carros de Boi de Tirandentes/MG. |
Notas e Créditos
* Texto: Ulisses Passarelli
** Foto: Iago C.S. Passarelli, Tiradentes/MG, 2013
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