No
chão, dentro da mata, na beira de um córrego, estavam conversando o macaco, o
coelho e o sapo. De repente, apareceu uma onça brava que os pegou numa
emboscada.
_ Ah! Agora peguei os três de uma vez! Vou comer...
_ Ôh, dona onça, espera um pouco, disse o macaco. Já que nós vamos morrer mesmo, queria fazer
meu último pedido, que é justo, a senhora sabe...
_ Tá bem... vá dizendo qu’eu tô com fome!
_ Eu queria tocar minha viola um bocadinho pros meus
amigos... (e
despistando, piscou o olho para eles como um aviso de plano de fuga).
_ Pode tocar, disse a onça.
O macaco abriu um
saco e de lá tirou seu instrumento. Dedilhando bem a violinha, cantou:
Macaco no pau, sapo n’água, coelho no buraco ...”
A
cantoria bem ritmada pelo rasqueado da viola agitou a onça, que toda animada
começou a dançar. Aproveitando a distração da fera, o macaco violeiro deu um
discreto sinal com a cabeça aos colegas e imediatamente o sapo pulou na água, o
coelho num instante se enfurnou numa toca e ele, jogando de lado a viola, de um
pulo trepou num galho e de lá ficou rindo da onça.
Cheia
de raiva ela gritou para o macaco descer, mas ele em resposta, urinou na cara da
fera e dando gargalhadas fugiu entre a galharia e o cipoal.
Notas e Créditos
*Informante: Aluísio dos Santos (“Ló”), São João del-Rei/MG, 1995
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