1- Polia, correia, cordão que
liga rodas e roldanas no rústico maquinário popular, fazendo a transmissão do
movimento, como nas rocas e raladores de mandioca ("caititu").
2- Fila indiana, disposição de pessoas,
objetos, animais um após ao outro. Enfileirado, “fiêra de gente”. Neste sentido
há este canto de congo:
Marungo do mar,
que brinca bem,
puxa
fiêra,
reinado en’vém!
(São Gonçalo do Amarante, São João del-Rei, 2011)
No distrito são-joanense de Santo Antônio do Rio das Mortes Pequeno este canto tem a variante "Marinheiro do mar" no primeiro verso. Parece ser uma citação ao personagem mouro. Analogia de suas vestes vermelhas e o costume de correr
atrás das crianças com o marungo das folias (palhaço).
3- “Enfieira”, “enfiada de peixes”. Na técnica de pesca artesanal de subsistência, certa quantia de peixes presos a um cordão,
arame ou ramo desfolhado, passando-se pela abertura das guelras e saindo pela
boca, ficando os peixes sobrepostos. No extremo oposto deve haver um batente,
tal como um gancho ou nó, impedindo que o primeiro peixe enfiado saia
desarmando a enfieira. No nordeste brasileiro dizem embiricica, sendo porém
mais aprimorada: o cordão tem um dos extremos preso a um ferrinho ou arame
usado para trespassar o peixe e se fincar no barranco do rio, à beira d’água. O
outro extremo é preso a uma bóia. Assim o peixe permanece vivo dentro da água, sem
fugir, preso entre a bóia e o finco. A enfieira e a embiricica são heranças
indígenas, que as chamavam pirapixama. É uma opção improvisada, substituindo o tradicional samburá.
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