(Atenciosamente oferecido a Alzira Agostini Haddad)
Houve uma vez um sonho... um sonho folieiro, que aconteceu por oito noites seguidas! E todas as noites foram 6 de janeiro, desde 2003 até 2010. Quem nos acalentou foi uma lutadora da cultura, "Alzirinha", como carinhosamente a chamamos. Agindo com uma cultural atitude, ela mostrou a transparência de São João del-Rei, inclusive através de um velho costume natalino, daqueles homens de fé, irmãos de bandeira, que todos os anos visitam os lares levando alegria, a boa nova, uma santa bênção. Por oito anos as folias de reis vinham ao palco, ou melhor, coreto, armado nos velhos largos coloniais, São Francisco e Rosário, deliciar um público fiel, considerável, saudoso. Cantoria de viola! Bandeiras de fitas esvoaçantes! Foliões tratados com respeito, grupos valorizados, ganhando visibilidade, coesão.
De São João del-Rei, Barroso, Elvas, São Gonçalo do Amarante, César de Pina e até de Santana dos Montes os grupos vinham chegando. O largo ficava em festa e se a chuva não chegasse, o povo ficava até o final, obstinadamente esperando a última requinta: "ai, aaaiiiiiii...!"
Mas a dois anos os encontros de folias natalinas e das humildes pastorinhas não tem acontecido... A lacuna se abriu como ferida, a continuidade foi rompida. O clamor é grande: que voltem os seus encontros de folia, que esta estrela não perca o brilho. Que no largo ecoe a prece:
Chegou a estrela d' alva
lá do lado do oriente
que abençoa esta devota
e abençoa toda gente.
Bolo ofertado aos folieiros no encontro.
O ilustre violeiro de São João del-Rei, Chico Lobo, com o mestre da folia de Santana dos Montes.
Coreto armado no Rosário para apresentação das folias.
Apresentação da folia do distrito de São Gonçalo do Amarante, do folião "Vavá".
O largo aguarda o início do encontro.
* Fotos e texto: Ulisses Passarelli. Imagens referentes ao encontro de 2010.
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