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Bem vindo!Esta página está sendo criada para retransmitir as muitas informações que ao longo de anos de pesquisas coletei nesta Mesorregião Campo da Vertentes, do centro-sul mineiro, sobretudo na Microrregião de São João del-Rei, minha terra natal, um polo cultural. A cultura popular será o guia deste blog, que não tem finalidades político-partidárias nem lucrativas. Eventualmente temas da história, ecologia e ferrovias serão abordados. Espero que seu conteúdo possa ser útil como documentário das tradições a quantos queiram beber desta fonte e sirva de homenagem e reconhecimento aos nossos mestres do saber, que com grande esforço conservam seus grupos folclóricos, parte significativa de nosso patrimônio imaterial. No rodapé da página inseri link's muito importantes cuja leitura recomendo como essencial: a SALVAGUARDA DO FOLCLORE (da Unesco) e a CARTA DO FOLCLORE BRASILEIRO (da Comissão Nacional de Folclore). Este dois documentos são relevantes orientadores da folclorística. O material de textos, fotos e áudio-visuais que compõe este blog pertencem ao meu acervo, salvo indicação contrária. Ao utilizá-lo para pesquisas, favor respeitar as fontes autorais.


ULISSES PASSARELLI




terça-feira, 25 de setembro de 2012

Carro de bois, Serra de Camapuã

A palavra "camapuã" é de origem indígena. SAMPAIO (1987) ensinou: "CAMAPUÃ corr. Cama-poã, o peito arredondado; o peito saliente; a colina arredondada; cômoro; a meia laranja." Designa uma serrania, montanha, que avistada de longe guarda silhueta arredondada. Fica entremeada aos municípios de Entre Rios de Minas e Casa Grande. 

A imponência de seu aspecto se impõe desde longe, vista da BR-383. Deve ter servido no passado remoto de guia geográfico para os bandeirantes, que rumando a nordeste à busca das riquezas minerais, passavam pelo Caminho Geral do Sertão e tinham nas suas imediações um dos pontos. O roteiro, segundo BUZATTI (1988) previa que após a travessia do Rio das Mortes (no Porto Real da Passagem), se ia ao Carandaí ("Canandai"), Catauá ("Cataguazes") e então a Camapuã ("Camapoam"). Daí seguia por outras paragens até Congonhas. Este era o caminho antigo, original. Mais tarde, por esforço do Coronel Antônio de Oliveira Leitão, foi aberta uma variante mais ou menos paralela que ficou conhecida por Caminho Novo. Por conseguinte, o anterior tornou-se o Caminho Velho. Pois o novo, também passava pelo Camapuã: saindo de São João del-Rei pelo Porto Real da Passagem, atravessado o Rio das Mortes, ia-se ao Carandaí, deste a Lagoa Dourada ("Alagoa Dourada") e desta a Camapuã. Também seguia a Congonhas e daí a Vila Rica. 

Nessa região corre o Rio Camapuã, tributário do Paraopeba, da Bacia do Rio São Francisco. 

Não muito longe fica a histórica Capela dos Olhos d'Água, dedicada a Nossa Senhora da Lapa. 


Carro de bois na Serra de Camapuã (Entre Rios de Minas/MG), 05/06/2009. 


Referências Bibliográficas

BUZATTI, Dauro José. Viagem as Minas dos Cataguazes. Contagem: Fundação Mariana Resende Costa, 1988. 123p. 
SAMPAIO, Teodoro. O Tupi na Geografia Nacional. Introdução e notas de Frederico G. Edelweiss. 5.ed. São Paulo: Nacional; Brasília: INL, 1987. 

Notas e Créditos

* Texto e fotografia: Ulisses Passarelli.

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